“Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem
deis lugar ao diabo.” (Efésios 4:26 e 27)
Uma característica da velha natureza do homem é o temperamento
deliberadamente mau, ou seja, a “ira injustificada”, mas pela misericórdia do
nosso Deus, temos outra forma da manifestação da ira, que chamaremos de “ira justificada”,
ou melhor, “ira justa”.
Em João 2:13 a 17 lemos: “Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém. E
encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas
assentados; tendo feito um azarrogue de cordas, expulsou todos do templo, bem
como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou
as mesas e disse aos que vendiam as pombas: ‘Tirai daqui estas coisas; não
façais da casa de meu Pai casa de negócios’. Lembraram-se os seus discípulos de
que está escrito: ‘O zelo da tua casa me consumirá.’”
A “ira justa” como apresentada em João 2:13 a 17 jamais levaria
o Senhor Jesus a pecar, pois Ele mantinha Suas emoções sob perfeito controle. É
importante lembrar que o cristão é um imitador de Cristo, dessa forma, deve
estar certo de que a ira provém de justa indignação, e que não exprime orgulho
ferido ou origina-se de provocações pessoais recebidas. A ira que o Senhor
Jesus demonstra nessa passagem origina-se na decepção decorrida do desrespeito
pela casa de seu Pai. Ira que se manifestou a fim de impedir a deturpação que
os homens estavam cometendo diante dos mandamentos do Senhor. Ira que teve
propósito de ensino, correção e jamais se repetiu em todo o ministério do
Senhor Jesus.
A “ira justa” não deve possuir motivos pecaminosos nem permitir
que leve a qualquer forma de pecado. O sentimento de “ira justa” que controla
os pecados, pode facilmente tornar-se pervertido ou em amargo sentimento, que
se volta contra nossos irmãos. Por isso é necessário que sejamos vigilantes em
todo o tempo, para que a “ira injustificada”, que nos tira da razão e do bom
senso, não nos leve a excedermos e pecarmos por meio de nossas ações, palavras
ou até mesmo pensamentos.
O apóstolo Paulo, ao escrever esse versículo, faz uma referência
ao Salmo 4:4 – “Irai-vos e não pequeis; consultai no travesseiro o coração e
sossegai”. O que nos faz refletir: “Consultar o travesseiro” seria uma
conversa impossível a menos que tenhamos posto a ira de lado antes de deitar. O
apóstolo Paulo fala: “não se ponha o sol sobre a vossa ira”! O ressentimento pessoal pode
crescer quando alimentado pelo coração do homem, que a todo o momento é atacado
pela tentação da malícia e da amargura (Jeremias 17:9 – “Enganoso é o
coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; que o
conhecerá?”).
Dessa forma, chegamos ao versículo 27 onde o apóstolo diz: “nem deis lugar ao
diabo”.
O perigo da ira é que ela dá lugar ao maligno. A ira injustificada é uma porta
aberta que oferecemos ao inimigo de nossas vidas, é uma porta que alimenta o
espírito de orgulho e de vaidade.
Tiago 4:7 e 8 fala que “Sujeitai-vos, portanto a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de
vós. Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos,
pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração”. E 1ª Pedro
5:8 e 9 também diz: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em
derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firme
na fé,”.
Amados, não guardemos sentimentos pessoais contra as pessoas ou
contra suas ações, para que o Amor de Deus que há em nós não seja anulado pelas
sutilezas do maligno. O Amor de Deus tira o mal dos nossos corações e nos
conserva limpos e justos diante do Senhor, nosso Deus. O Amor de Deus que há em
nós nos ajuda a mantermos o “domínio próprio”, domínio que precisamos ter
diariamente para que mantenhamos a nossa condição de vencedores em Cristo
Jesus!
Como vencer o diabo? Resistindo-lhe!
Como permanecermos firmes? Sujeitando-nos a Deus!
Como irar e não pecar? Enchei-vos do Espírito Santo!
Ele nos dará moderação, domínio próprio e nos transbordará do
Amor de Deus que nos ajudará a perdoar-nos uns aos outros e acima de tudo,
amarmos uns aos outros, por meio do Amor de Cristo Jesus que nos constrange!
No amor do Senhor Jesus!
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