Gideão
Seu nome no hebraico significa “lenhador” ou “guerreiro”.
Filho de Joá, o abiezrita, da tribo de Manassés, que residia em Ofra, em
Gileade. Ele foi o quinto juiz de Israel, segundos os registros bíblicos. Em
Juízes 7:32 e 7:1, ele também é chamado de “Jerubaal”, que significa “que
baal se esforce” ou então “que Baal pleiteie[1]”.
E o nome “Jerubesete” aparece em 2
Samuel 11:21, um nome que significa “que
a vergonha se esforce”. Acredita que esses nomes sejam sobrenomes.
Gideão foi quem libertou os israelitas dos midianitas (Juízes 6
a 8). Os midianitas eram nômades[2]
árabes dos desertos da Síria e da Arábia, tinham invadido a Palestina. Em um de
seus muitos repentinos ataques, eles mataram os irmãos de Gideão. Foi então que
Gideão recebeu uma experiência sobrenatural, na qual o Anjo do Senhor chamou-o,
com o intuito de fazer dele o libertador de Israel. Gideão foi orientado a derrubar
o altar de Baal e erigir, no lugar do mesmo, um altar dedicado a Deus.
Gideão reuniu uma pequena força, e surpreendeu os midianitas sob
a escuridão da noite. E foi capaz de empurrá-los na direção do rio Jordão,
capturando e matando dois dos príncipes midianitas, Orebe e Zeebe. Gideão
continuou a perseguição, até às margens do rio Jordão, e ali alcançou os reis
midianitas Zeba e Zalmuna, aos quais prontamente os executou.
Gideão era, agora, um herói militar e realizara um importante
serviço e Israel quis fazer dele um rei. Os reis eram úteis especialmente para
fins de organização e proteção. Quando Israel exigiu um rei, o propósito deles
era, essencialmente esse: proteção e organização da nação. Mas para surpresa
geral, Gideão não estava interessado em tornar-se rei. Só queria os brincos de
ouro que havia tomado como parte dos despojos de guerra. Isso lhe foi
concedido, e, com esse material, ele fez uma estola sacerdotal, a fim de honrar
a Deus (Juízes 8:27). Essa estola, provavelmente, foi pendurada em algum lugar
importante da cidade de Ofra. Era apenas um memorial; mas os israelitas
transformaram-na em um ídolo. Em outras palavras, tornou-se o centro de atração
de um santuário religioso, sendo provável que petições e promessas fossem
feitas ali, conforme se vê nos modernos santuários idólatras. A Bíblia chama
esse comportamento de “prostituição”,
conforme podemos ler em Juízes 8:27, visto que toda idolatria desvia os homens
para longe da adoração ao Senhor, sendo uma infidelidade espiritual.
Essa “prostituição”, por
parte dos israelitas, tornou-se prejudicial para Gideão e seus familiares. Mas,
seja como for, o serviço prestado por Gideão, livrando Israel de seus
adversários, foi um dos pontos altos na história de Israel, antes da monarquia.
[1] Pleitear: lutar, cooperar, contribuir, disputar, defender,
sustentar. Todos esses significados podem ser aplicados a esta palavra.
Débora e Baraque
O nome Débora em hebraico significa “abelha”. Débora era esposa de Lepidote, foi uma profetisa de Israel
que, para nossa admiração, também se tornou uma juíza. Débora julgou Israel em
parceria com Baraque (Juízes 4). Isso ocorreu quando Israel abandonou sua
lealdade a Deus, e assim, o Senhor os entregou ao domínio de Jabim, rei dos cananeus, por um período de 20 anos.
Durante esse tempo, Débora era uma profetisa que aconselhava o povo que vinha
consultá-la. Ela residia à sombra de uma palmeira (chamada segundo o seu nome),
entre Betel e o monte Efraim. Débora viveu por volda do ano 1.120 a.C.
Débora enviou uma mensagem a Baraque dizendo que o Senhor estava
pronto para livrar Israel. Baraque foi instruído a reunir um exército de dez
mil homens de Naftali e de Zebulom, e que aguardasse aos pés do monte Tabor. O
Senhor então faria Sísera, o general de Jabim, guerrear contra eles às margens
do rio Quisom; e, segundo Débora, o Senhor estava garantindo a Baraque que
Israel obteria a vitória.
Baraque era filho de Abinoão, de Quedes de Naftali (Juízes 4:5 e
Josué 19:37 e 21:32). Baraque pertencia ao distrito que mais sofreu nas mãos
dos cananeus. E era provavelmente um dos líderes do lugar. Baraque concordou
com o plano de Débora, mas com a condição de que ela também se fizesse presente
na batalha. Por causa disso, teve de dividir com ela as honras da vitória. No
hebraico nome de Baraque significa “relâmpago”.
Em Hebreus 11:32, encontramos o nome de Baraque entre os heróis
cuja fé obtiveram resultados positivos vindos do Senhor.
Quando Débora deu o sinal de ataque, o pequeno exército de
Israel, tirando vantagem de uma grande tempestade que desabara sobre o local,
precipitou-se contra as forças muito superiores dos cananeus. Sísera foi
derrotado e Jabim ficou arruinado. A vitória foi celebrada com o cântico de Débora, registrado em Juízes
5:2 a 31. O cântico de Débora é considerado a primeira poesia dos hebreus.
A vitoria de Débora garantiu 40 anos de paz em Israel (Juízes
5). Ela combinava a autoridade de uma juíza com o dom profético. De acordo com
alguns historiadores, seu nome era um símbolo egípcio do poder real. E entre os
gregos, seu nome era aplicado, não somente aos poetas, mas também às pessoas
puras e que se dedicavam a castidade.
Provavelmente, ela pertencia à tribo de Efraim, embora alguns
opinem que ela era da tribo de Issacar, por causa do que se lê em Juízes 5: 15 ð
“Também os principais de Issacar foram
com Débora; e como Issacar, assim também Baraque foi enviado a pé para o vale;
nas divisões de Rúben foram grandes as resoluções do coração”. Também há
quem diga que há uma ligação com o nome “Lapidote”
porque isso representa o termo hebraico que significa “luzes”; e, segundo dizem os rabinos judeus, ela cuidava das
lâmpadas do tabernáculo. Seu nome só é mencionado na Bíblia em Juízes 4 e 5.
Josué
Seu nome
deriva-se do hebraico, Yehoshua, “Yahweh é a salvação”. Moisés mudou o
nome dele de Oséias (“salvação”) para Yehoshua (Números 13:8 e 16). O nome Josué, no Velho Testamento, é
o equivalente a Jesus no Novo Testamento. Josué era filho de Num, que era filho
de Elisama, príncipe da tribo de Efraim (Êxodo 33:11 e Números 1:10).
Considerando a
habilidade de Josué como estrategista militar, é provável que ele tivesse sido
um soldado profissional, treinado no Egito. A arqueologia dá-nos conta de que
estrangeiros eram contratados pelo exército egípcio. Moisés usou Josué como seu
comandante militar contra o ataque dos amalequitas, em Refidim (Êxodo 17:8 a
16). A tarefa de Josué era organizar aquele bando de ex-escravos que tão
recentemente haviam obtido a liberdade, organizando com eles um exército
respeitável. A tarefa, pois, não era nada pequena.
Josué era o
ministro pessoal e assistente de Moisés, quando este recebeu a lei (Êxodo 24:13
; 32:17). Josué foi um dos espias enviados para obter uma visão geral da terra
a ser conquistada. Ele foi um dos dois únicos que deram um relatório bom, e
encorajaram o ataque (Números 14:6 a 9). O povo de Israel, como um todo, foi
proibido de entrar na Terra Prometida em face de desobediência e incredulidade.
Somente Josué e Calebe tiveram permissão, dentre aquele geração inteira, de
entrar na Terra Prometida (Números 26:65; 32:12 e Deuteronômio 1:24 a 40).
Josué foi
comissionado para ocupar a liderança, após o falecimento de Moisés, tornando-se
o novo pastor de Israel (Números 27:12 a 17). Ele recebeu a autoridade divina
de Moisés (Números 27:20). Foi ordenado por Moisés para assumir seu novo posto
(Números 27:21 a 23 e Deuteronômio 3:21 a 28). A tarefa de Josué consistia em
liderar Israel na conquista da terra de Canaã (Josué capítulos 1 a 12). Quando
a totalidade da Palestina havia sido conquistada, Josué recebeu a tarefa de
averiguar que a mesma fosse dividida entre as 12 tribos (Josué capítulos 13 a
21).
Josué foi homem
de notável habilidade como líder, conforme se vê em seu trabalho, capaz, como o
general dos exércitos de Israel, em sua capacidade de conduzir espiritualmente
os israelitas, estabelecendo os acordos apropriados, ao orar pedindo poder e
orientação espirituais, e recebendo as mesmas, em seu repeito pela mensagem
espiritual e pelo uso que fazia da mesma, o que tanto o ajudou a conduzir
corretamente o povo de Deus.
Quando da
divisão da terra, ele mostrou ser um hábil administrador. Foi Josué quem deu ao
sistema tribal dos israelitas sua forma fixa, impondo o elemento do acordo para
fixação de terras específicas entre as diversas tribos.
Quando o fim da
sua vida terrena aproximava-se, Josué quis consolidar os ganhos que obtivera.
Convocou uma assembleia, com representantes de todo o povo de Israel, e
apresentou um solene discurso e incumbência, relembrando-os sobre o que fora
realizado, e exortando-os a guardarem a aliança e continuarem na fé de seus
pais. Em Siquém, foi renovada a aliança com o Senhor. Josué faleceu com a idade
de 110 anos, e foi sepultado em sua cidade, Timnate-Sera, pertencente a tribo
de Efraim (Josué 24:29). Isso ocorreu em cerca de 1.365 a.C.
O Apóstolo Paulo
Sabe-se muito mais sobre a vida do Apóstolo
Paulo do que sobre qualquer outro apóstolo. Todas as informações que temos
sobre a vida do apóstolo foi adquirida através de suas epístolas e do livro de
Atos dos Apóstolos. Fora isso temos apenas mais uma referência sobre Paulo que se
encontra em 2 Pedro 3:15. Existem sim alguns materiais informativos a respeito
da vida do apóstolo, contudo, não é contado como digno de muita confiança.
Do nascimento
de Paulo até o seu aparecimento em Jerusalém, como perseguidor dos crentes,
temos apenas informações muito raras. Sabemos que ele nasceu em Tarso, “cidade
não insignificante” (Atos 21:39). Naquele tempo, Tarso (na Cilícia) foi incorporado
à província da Síria. Tarso, por essa época, já tinha história antiga, e fora
cidade importante por muitos séculos antes da era cristã. Tarso chegou a ser a
cidade mais importante da Cilícia. Essa cidade se tornou uma região de síntese
entre o Oriente e o Ocidente, entre a cultura grega, a cultura oriental e,
finalmente, a cultura romana. Também se sabe que era um centro cultural, e que
ali era muito forte a variedade do estoicismo[1]
romano.
Paulo nasceu
como cidadão romano, provavelmente porque o seu pai também já era cidadão
romano. Ao nascer, o menino recebeu o nome de Saulo, provavelmente devido ao
rei Saulo, mas é provável que também fosse chamado Paulo como cognome latino.
Paulo significa “pequeno” e isso pode ter-se dado devido ao fato de que seus
pais o chamavam de “pequerrucho”; mas também é possível que ele tenha recebido
o nome de Paulo, simplesmente por ter som semelhante ao nome de “Saulo”. Também
é possível que o apóstolo tivesse um nome romano; mas, nesse caso, não deve
tê-lo usado com frequência, portanto não temos nenhuma informação sobre qual
seria esse nome. A alternativa posterior de nome, de Saulo para Paulo, muito
provavelmente foi apenas a adoção de seu apelido como nome próprio.
Não se sabe
qual o ano de seu nascimento, porém, quando do apedrejamento de Estevão (que
ocorreu em cerca de 32 d.C.), lemos que Saulo era um jovem. É razoável supor
que ele tinha nascido na primeira década do século I d.C., sendo assim um
contemporâneo mais jovem de Jesus, embora não haja qualquer evidência de que
ele tenha visto alguma vez o Senhor. E
não é mesmo provável que o tenha visto, pois Paulo jamais se referiu a esse
fato.
As passagens de
1 Coríntios 2:3 e 2 Coríntios 10:10 indicam que a aparência física de Paulo não
era impressionante, e a descrição que há sobre ele no livro apócrifo[2]
de Atos de Paulo e Tecla concorda com esse ponto de vista. “E ele viu Paulo que se aproximava, um homem
de baixa estatura, quase calvo, pernas tortas, de corpo volumoso, sobrancelhas
unidas, um nariz um tanto adunco[3],
cheio de graça: pois algumas vezes parecia um homem, e outras vezes tinha a
fisionomia de um anjo” (texto citado no livro: Atos de Paulo).
Os pais de
Paulo eram judeus muito religiosos, pertencentes à seita dos fariseus, ou pelo
menos fortemente influenciados por esse grupo, e pertenciam à tribo de
Benjamim. Nada se sabe da ocupação do pai de Paulo, e nem mesmo sabemos qual
era o seu nome. Jerônimo[4]
cita uma tradição que afirma que a família de Paulo viera originalmente da
Galiléia, e que dali migrara para Tarso. Se essa tradição expressa a verdade,
então o fato de que eram cidadãos romanos mostra que essa imigração tivera
lugar em tempo considerável antes do nascimento de Paulo.
Paulo tinha uma
irmã que vivia em Jerusalém (Atos 23:16), mas não há menção de qualquer irmão.
O próprio Paulo aprendera uma profissão, provavelmente em Tarso, a de
fabricante de tendas (Atos 18:3), posto que fosse costume entre os judeus
ensinar aos filhos alguma profissão. Não é provável que o seu pai também
tivesse sido fabricante de tendas, o qual teria ensinado essa arte ao seu
filho.
Paulo foi
instruído no judaísmo rigoroso, e os seus principais interesses se
centralizaram nas questões religiosas, éticas e metafísicas. Alguns acreditam
que ele era bem instruído na cultura, na estética e na filosofia grega e romana
(Atos 17).
Alguns
estudiosos, baseados em Atos 22:3 e 26:4, acreditam que a permanência de Paulo
em Tarso, quando menino, deve ter sido muito breve, porquanto ele mesmo diz que
se criara em Jerusalém. Quanto a esses detalhes não podemos ter certeza, mas o
exame detalhado das epístolas de Paulo mostra que ele deve ter estudado a
filosofia estoica[5]
e o seu grego é uma excelente variedade do grego. Em Jerusalém, Paulo estudou
sob a orientação do grande Gamaliel, o Velho, que era altamente respeitado como
mestre.
Em Gálatas
1:14, mostra-nos que ele era um indivíduo intensamente religioso desde a
juventude, tendo-se destacado nessas questões acima dos outros jovens de sua
idade. Frequentava regularmente a sinagoga e é muito provável que geralmente
tomasse parte na adoração. Mais tarde seguiu sua tradição farisaica,
tornando-se membro dessa seita. Sendo indivíduo religioso tão intenso, tinha
alta consideração pelas Escrituras, e a sua conversão não alterou a sua
atitude.
Saulo se
tornara um intenso perseguidor de cristãos, tendo chegado ao assassínio, não
poupando nem as mulheres. A conversão de Paulo talvez tenha ocorrido por volta
de 35 d.C.. Após sua conversão, Paulo passou alguns poucos dias com os
discípulos de Damasco. Pregou ali, por algumas vezes, ensinando,
particularmente, que Jesus era o Messias. Depois disso, retirou-se para a
Arábia, possivelmente para a região de Haurã, uma bacia fértil, que fica cerca
de 80 km ao sul da cidade de Damasco, próximo ao mar da Galiléia. Lá passou
algum tempo e dali, como é provável, esteve por diversas vezes em Damasco e
voltou.
Depois disso
Paulo visitou Jerusalém pela primeira vez, após a sua conversão, tendo ficado
com Pedro por 15 dias, para consulta e consolo mútuo (Gálatas 1:18). Dali
partiu para as regiões da Síria e da Cilícia (Gálatas 1:21). É provável que
tenha visitado a sua cidade natal, Tarso, tendo permanecido naquela região por
algum tempo, embora não tenhamos qualquer informação acerca disso. Enquanto
Paulo pregava em Tarso, Barnabé e outros líderes cristãos se encontravam em
Antioquia, aonde se ia desenvolvendo uma poderosa comunidade cristã. A passagem
de Atos 11:25 nos diz que Barnabé foi a Tarso, à procura de Paulo, sem dúvida
para obter a sua ajuda na igreja em Antioquia, que foi um movimento provocado
pela providência divina, pois armou o palco para a longa carreira de Paulo como
apóstolo e missionário.
[1] Estoicismo:
A doutrina que tenta ajudar o indivíduo a aceitar a adversidade (desgraça,
infelicidade). O homem deve viver de acordo com a razão e ser indiferente a
desejos e paixões. A verdadeira felicidade não está no sucesso material, mas na
busca da virtude (disposição que leva o indivíduo a praticar o bem). Alegrias e
infortúnios devem ser igualmente aceitos, porque seguem o ritmo natural do
universo.
[4] Jerônimo:
Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja. Ele nasceu na Dalmácia em 340, e ficou
conhecido como escritor, filósofo, teólogo, retórico (aquele que convence por
meio de palavras), gramático, dialético (arte do diálogo ou da discussão),
historiador, exegeta (que interpreta os textos bíblicos) e doutor da Igreja. É
de São Jerônimo a famosa frase: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”.
[5] Filosofia estoica:
Os estoicos ensinavam que as emoções
destrutivas resultam de erros de julgamento, e que um sábio, ou pessoa com
"perfeição moral e intelectual", não sofreria dessas emoções.
O
Apóstolo João
João é
identificado como “o discípulo amado”, mencionado em João 19:26. Os fariseus o
consideravam como um homem sem cultura e sem letras, isso quer dizer que Jão
não recebera treinamento acadêmico dos rabinos. Em Atos 8:14 lemos que,
juntamente com Pedro, João impôs as mãos sobre novos convertidos samaritanos,
para que fossem batizados no Espírito Santo. O único outro lugar onde João é
mencionado, por nome, fora dos evangelhos, é na epístola de Paulo aos Gálatas
2:9, onde ele é chamado de uma das colunas da Igreja. Logo, pouco sabemos sobre
o apóstolo João fora dos escritos do Novo Testamento; mas mesmo ali o material
que nos é ofereciso sobre ele é escasso.
João era
filho de Zebedeu e Salomé. Zebedeu, ao que parece, tinha uma pequena quantidade
de barcos de pesca, e vários empregados. Salomé, sua esposa, tornou-se uma das
principais cooperadoras que contribuiram para sustentar a Jesus e aos seus
primeiros discípulos, o que lhes permitiu continuarem o ministério de ensino,
embora não tivessem muita coisa (Marcos 1:20; 15:40-41 e 16:1). É possivel que
João, a princípio, fosse um dos seguidores de João Batista, o que talvez fique
subentendido em João 1:35 a 40; embora não se tenha certeza quanto a isso.
Sua chamada
para ser um dos discípulos especiais de Jesus é registrada em Marcos 1:19-20.
Parece que João e Tiago não tinham visto Jesus antes daquele dia, sendo
surpreendente que tivessem aceitado tornar-se seus discípulos tão prontamente.
Outros estudiosos, acreditam que houve algum contato anterior deles com Jesus,
o que os evangelhos nunca relataram. Todavia, sabemos que Jesus, por meio de
suas palavras poderosas, poderia fazer discípulos instantaneamente.
Parece que
Zebedeu também deu apoio ao discipulado cristão de seus dois filhos. Não é
provável que Salomé tivesse podido contribuir financeiramente, como fez, a
menos que o seu marido concordasse com esse apoio.
João e seu
irmão Tiago, receberam o apelido de “Boanerges”,
“filhos do trovão”. Esse apelido,
talvez, esteja fazendo referência à natureza explosiva, enérgica e imprevisível
deles. Ou pode referir-se à ocupação deles, pois os pescadores tinham de
enfrentar súbitos temporais naquela região geográfica. A interpretação
tradicional é “prontos a se irarem”,
o que é apoiado pela falta de paciência que João demonstrou com alguns, que,
embora não fossem discípulos de Jesus, estavam exorcizando demônios em seu nome
(Marcos 9:49). É significativo que essa impaciência de João se manifestasse sob
a forma de exclusivismo. Também é importante lembrar o fato de que Jesus repreendeu
essa atitude. João também quisera fazer descer fogo do céu, contra uma aldeia
samaritana nada hospitaleira (Lucas 9:54), o que Jesus igualmente repreendeu, a
despeito do fato de que João foi capaz de trazer a memória o fato de que Elias,
o profeta, eliminou os opositores mediante fogo do céu.
Apesar de
suas evidentes falhas, João, Tiago e Pedro, faziam parte do círculo mais
chegado de discípulos de Jesus (Marcos 5:37). Isso é novamente evidenciado no
relato sobre a transfiguração de Cristo (Mateus 17:1; Marcos 9:2 e Lucas 9:38)
e igualmente na agonia de Jesus no Getsêmani, que Ele sofreu em companhia
daqueles 3 discípulos (Marcos 14:33).
Se João foi
um dos mais íntimos dos 3 discípulos de Jesus, era apenas natural que ele
tivesse assumido um papel de especial liderança na Igreja primitiva. Ele era
objeto especial do amor do Senhor Jesus (João 19:26). Em Atos 3:1 a 4, Pedro e
João foram aqueles que operaram o notável milagre que os levou a entrar em
dificuldades com os membros do Sinédrio judeu. Atos 1:13 afirma especialmente o
lugar de liderança que João ocupava. Parece que João compartilhou do
encarceramento de Pedro (Atos 4:13). Além disso, encontramos João e Pedro a
regularem a missão da Igreja primitiva entre os samaritans (Atos 8:14 a 28).
Paulo, além disso, afirma que João era uma das colunas da Igreja de Jerusalém
(Gálatas 2:9), o que é a única referência direta ao apóstolo João, fora dos
evangelhos e do livro de Atos, se não considerarmos as 3 epístolas que trazem o
seu nome. A similaridade daquelas 3 epístolas com o evangelho de João, no
tocante à linguagem usada e aos temas selecionados, serve de uma espécie de
confirmação indireta da autoria joanina desses livros do Novo Testamento, bem
como da importância que ele desempenhava nas atividades da Igreja cristã
primitiva.
Não dispomos
de informações seguras sobre como João teminou a sua vida terrena. Uma antiga
tradição, levada a sério por alguns eruditos modernos, afirma que ele não
haveria de morrer, mas permaneceria até a segunda vinda do Senhor Jesus. Isso
apóia-se sobre a misteriosa passagem de João 21:21 a 23. Porém, o versículo 23
parece distinguir essa tradição do verdadeiro sentido das palavras de Jesus,
que dá a entender que ele morreria. Talvez João tenha perecido como seu irmão
Tiago, que teve uma morte prematura de mártir (Atos 12:2). O trecho de Marcos
10:38 parece indicar a mesma coisa. Porém, as tradições antigas afirmam que
João teve uma longa vida em Éfeso, talvez tendo sido o único apóstolo que não
morreu como mártir cristão. Sobre essas questões, antigas como elas são, nada
pode ser dito com absoluta certeza.
Calebe
Em hebraico Calebe
significa “cão” ou “escravo”. Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu. Em Gênesis
36 encontramos a genealogia de Esaú, nela vemos que Quenaz era filho de Elifaz
e neto de Esaú e Ada, uma de usas esposas. Foi um dos espias, aos 40 anos de
idade (Josué 14:6 e 7), tendo sido enviado juntamente com 11 outros homens, por
parte de Moisés, a fim de explorar a terra de Canaã (Números 13:5, 15-25), em
cerca de 1.440 a.C.
Calebe
distinguiu-se por seu relatório fiel e encorajador diante do homem, insistindo
para que os israelitas obedecessem à ordem de Deus e dessem cotinuação a
conquista. Josué concordou com ele, embora os outros 10 espias mostrassem um
relatório negativo e desencorajador, devido ao seu temor e incredulidade. Eles
viram quão poderosos eram os habitantes da Terra Prometida antes da conquista,
percebendo que a conquista militar não seria fácil. Mas, a fé de Calebe e Josué
era maior que o temor deles, e queriam tentar grandes coisas; e assim,
deixaram-nos como herança uma preciosa lição moral (Números 13:30).
Infelizmente, o povo de Israel tomou o partido dos covardes, e quase apedrejou
os dois corajosos e fiéis espias (Números 14:10).
Moisés
percebeu claramente que aqueles dois seriam os únicos, dentre os que tinham
mais de 20 anos de idade, que finalmente entrariam na Terra Prometida. De fato,
em uma praga por juízo divino, que ocorreu pouco depois desse episódio, todos os
demais espias morreram (Números 14:26-38).
Calebe
recebeu a promessa especial de que entraria na Terra Prometida, e que os seus
descendentes prosperariam ali; e isso indica que a recompensa por sua
fidelidade foi grande (Números 14:25).
Não se
menciona novamente Calebe nas Escrituras, senão 45 anos mais tarde. A terra
conquistada estava sendo partilhada, e ele reivindicou uma herança especial,
prometida por Moisés. Isso foi cumprido por Josué. Com a idade de 85 anos,
Calebe continuava vigoroso, tendo participado de diversas batalhas (Josué 14:6
a 15 e Josué 15:4). Contudo, teve dificuldades para conquistar Debir
(Quiriate-Sefer), e ofereceu uma de suas filhas, como esposa, ao homem que a
conquistasse. A cidade foi conquistada por Otniel, filho de Quenaz (Quenaz era
o irmão mais jovem de Calebe); e assim Acsa, filha de Calebe, tornou-se a
esposa de Otniel (Josué 15:13 a 19). Nada mais ouvimos sobre Calebe, e nem como
sua vida terminou.
Finéias
O nome Finéias
não tem uma tradução exata, os estudiosos ainda não chegaram a uma conclusão.
Não se sabe se sua origem é hebraica ou egípcia.
Finéias foi
filho de Eleazar, neto de Aarão, o sumo sacerdote (Êx 6:25). Era homem zeloso e
de ânimo quente. Os israelitas estavam acampados nas planícies de Moabe e
lamentavam os pecados a que haviam sido seduzidos pelos midianitas. Um dos
príncipes de Judá, de nome Zinri, levou uma mulher midianita, chamada Cozbi, à
sua tenda. Finéias, naturalmente, compreendeu o intuito e, indignado, seguiu o
casal entrou na tenda e traspassou a ambos com a sua lança (Números 25:7ss).
Esse ato de zelo espiritual chamou a atençao de Moisés, que concedeu a Finéias
responsabilidades sacerdotais, na época em que Josué andou fazendo guerra
contra os midianitas (Números 31:6ss). Foi permitido a Finéias que o sacerdócio
permanecesse em sua família (Números 25:7 a 11), o que ocorreu em cerca de
1.435 a.C.
Apos a
conquista do território de Canaã, quando os guerreiros das duas tribos e meia
(Rúbens, Gade e a meia tribo de Manassés) além do Jordão estabeleceram um altar
não autorizado, Finéias esteve à frente da delegação ali enviada para denunciar
aquelas tribos por tal ato. Porém, os representantes das tribos explicaram que
o altar era apenas um memorial das vitórias de Israel e de sua dependência a
Deus, e não um lugar onde seriam oferecidos sacrificios. O esclarecimento foi
aceito, e todos dos envolvidos sentiram-se satisfeitos (Josué 22:5ss).
Quando houve
a divisão da terra, ele recebeu uma porção de terra como sua propriedade
particular, uma colina no monte Efraim que recebeu o nome de Gibeá, pertencente
a Finíeias e foi ali que Finéias sepultou seu pai (Josué 24:33).
Aparentemente
Finéias era lider dos levitas coreítas (1 Crônicas 9:20). Após a morte de
Eleazar, Finéias tornou-se sumo sacerdote (o terceiro da série). Após o
ultrajante tratamento à concubina do levita viajante, em Gibeá de Benjamim, foi
Finíeias quem afirmou corretamente que dali resultaria o apropriado juizo
divino (Juízes 20:28). Seus anos finais foram passados desconhecidamente, até
onde diz respeito à história bíblica registrada. Foi provavelmente sepultado na
colina de Efraim, onde também haiva sepultado seu pai (Josué 24:33).
Finéias tem
atraido os estudiosos da Bíblia como exemplo de um sacerdote levita devoto
(Salmo 106: 30-31). Sua vida de fé, com atos apropriados, lhe foi imputada “por justiça, de
geração em geração, para sempre”. Declaração parecida é feita
acerca de Abraão, em Gênesis 15:6 e Romanos 4:3 – “Ele creu no
Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça”.
José, marido de Maria
José, marido
de Maria e pai-guardião de Jesus, o Cristo, não é mencionado no evangelho de
Marcos, sendo citado apenas em João 1:45 ð “Filipe encontrou
a Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem
se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José.” E João
6:42 ð “E diziam: Não é
este Jesus, o filho de José? Acaso, naõ lhe conhecemos o pai e a mãe? Como,
pois, agora diz: Desci do céu?”.
Mateus
declara que ele descendia de Davi (Mateus 1:20 ð “Enquanto
ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, do anjo do Senhor,
dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que
nela foi gerado é do Espírito Santo.”). Alguns estudiosos acreditam
que a genealogia de Lucas segue a linhagem de Maria, e não a de José, fato que
não é mais tido como absoluta verdade no meio teológico.
Tanto Mateus
quanto Lucas frisam o nascimento virginal de Jesus, isso significa que José foi
o pai-guardião de Jesus, e não o seu pai biológico. Mas, após o nascimento de
Jesus, José e Maria tiveram uma vida matrimonial normal ao ponto de terem seus
próprios filhos.
José atuava
como pai de Jesus, levando-o a Jerusalém para as cerimônias da purificação,
fugindo para o Egito a fim de protegê-lo e ainda muito pequenino, das más
intenções de Herodes (Mateus 2:13 ð “Tendo eles
partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse:
Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu
te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar.”).
Terminado o perigo, José voltou para a Palestina, tendo fixado residência em
Nazaré. É bem provável que Jesus tenha crescido ajudando seu pai-guardião na
carpintaria (Mateus 13:55 ð “Não é este o
filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José,
Simão e Judas?”).
José levava
Jesus anualmente a Jerualém, durante os festejos da páscoa (Lucas 2:41 ð “Ora, anualmente
iam seus pais a Jerusalém, para a Festa da Páscoa.”). Há
estudiosos que acreditam que Jesus, aos doze anos de idade, já reconhecia sua
origem divina, e que já tinha o conhecimento de não ser filho biológico de
José, com referência ao texto de Lucas 2:49 ð “Ele lhes
respondeu: Por que me procuráveis? Não sabieis que me cumpria estar na casa de
meu Pai?”.
Não há
nenhuma menção de José durante o período do ministério de Jesus, acredita-se na
possibilidade de que ele já tenha falecido, isso antes de Jesus atingir os
trinta anos de idade. Além do que, em sua crucificação, Jesus instrui ao
apóstolo João que cuidasse de sua mãe, o que teria sido desnecessário caso José
estivesse vivo (João 19:26 ð “Vendo Jesus sua
mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho”). Mas por
que não a entregou aos cuidados dos
filhos de José e de Maria? Provavelmente porque eles ainda permanecessem na
incredulidade (João 7:5 ð “Pois nem mesmo
seus irmãos criam nele.”) embora tenham se convertido após a
ressurreição do Senhor, contudo, essa afirmação não pode ser respondida com
exatidão.
Maria
Maria, a
genitora de jesus, era da linhagem de Davi (Lucas 3), sendo esposa de José,
também da linhagem de Davi. Nao existem muitas informações a respeito de Maria,
sendo que a maioria delas vêm de referências extrabíblicas, não canônicas.
Acredita-se
que Maria não manteve contato com Jesus durante o tempo de seu minstério
publico.É provável que, muito antes do começondo ministério de Jesus, Maria
tivesse se tornado viúva e que, durante esse periódo de viuvez, Jesus fosse o
carpinteiro de uma pequena aldeia de Nazaré, fato que não pode ser provado, mas
de acordo com os registros bíblicos de sua família, poderiam bem ser reais.
Não há
qualquer menção de José no Novo Testamento, após as breves narrativas da
infância de Jesus, o que se supõe que José não estivesse mais vivo para ver as
atividades de Jesus em seu ministério.
O fato de
Maria ter tido outros filhos e filhas é algo indiscutível, conforme vemos em
Mateus 12:46 e 47 ð “Falava ainda
Jesus ao povo, e eis que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora,
procurando falar-lhe. E alguem lhe disse, Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e
querem falar-te.”
Maria estava
em companhia de jesus durante a sua paixão e morte, segundo vemos em João 19:
27 a 27 ð “E junto a cruz
estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria
Madalena. Vendo jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher,
eis aí teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou
para casa.” e, momentos antes de Jesus expirar, foi
entregue aos cuidados do Apóstolo João.
Com relação
à vida de Maria após a ascensão de Jesus, lemos em Atos 1:14 ð “Todos estes
perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e
com os irmãos dele.”, e nada mais.
Lucas
Embora Lucas
não seja mencionado em parte alguma da narrativa, as autoridades antigas
concordam que ele foi o escritor. Paulo refere-se a ele em Colossenses
4:14 como “Lucas, o médico amado”, e sua obra
apresenta características de uma pessoa muito bem instruída e muito bem educada.
Na introdução de Lucas e de Atos,
o autor dá a entender que está a escrever para um homem chamado Teófilo (Lucas
1:3 e 4 ð (“igualmente a mim pareceu-me bem, depois
de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito,
excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza
das verdades em que foste instruído”) e em Atos 1:1 ð (“Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo,
relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar”). Este Teófilo poderia ser
realmente um homem, por exemplo, um patrocinador do escritor que teria
encomendado a “Lucas” um relato
elaborado. Mas, por outro lado, “Teófilo”
em grego significa “amigo de Deus”, o
que poderia significar qualquer pessoa ou mesmo um grande número de leitores.
Em seus escritos, Lucas usa mais
de 300 termos médicos ou palavras que podem ser atribuídas a um sentido médico,
e não são empregadas do mesmo modo pelos outros escritores. Por exemplo, ao se
referir à lepra, Lucas nem sempre emprega o mesmo termo que os outros. Para
eles, lepra é lepra, mas para um médico há diferentes estágios da doença. Outro
exemplo que difere Lucas dos outros escritores, está na passagem onde Pedro
corta a orelha de Malco - servo do sumo sacerdote -, apenas Lucas menciona que
Jesus o curou. E na passagem onde o Samaritano socorre o judeu, intérprete da
Lei, Lucas descreve os cuidados de primeiros socorros prestados ð “E, chegando-se,
pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhe óleo e vinho; e, colocando-o sobre o
seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele.”(Lucas 10:25
a 37).
Lucas foi o companheiro de Paulo e o seu
nome foi mencionado apenas três vezes no Novo Testamento: Cl 4:14; 2ª Tm 4.11 e
Fm 24. Alguns estudiosos da Bíblia acreditam que Lucas tenha sido um dos
setenta discípulos enviados por Jesus a evangelizar, em Lucas10:1, contudo, outros
pensam que foi um daqueles gregos que desejavam ver Jesus, em João 12:20, e
ainda há outros que supõem que Lucas é uma abreviação de Lucanos e tentam
identificá-lo com Lúcio de Cirene de Atos 13:1, mas esta é uma observação que
não tem uma comprovação exata.
Os dos Pais da igreja dizem que era sírio,
natural de Antioquia. Em Colossenses 4:14 ele é chamado de “médico amado”.
Lucas não foi testemunha ocular (não era um dos 12 discípulos originais de
Jesus) dos acontecimentos que narra no Evangelho, embora isso não exclua a
possibilidade de ter estado com os que seguiam a Jesus Cristo. Para escrever, Lucas teria utilizado o Evangelho de Marcos como referência, as memórias de
Paulo e os relatos dos eventos que tomou parte enquanto acompanhava o Apóstolo.
Por conta dos pronomes pessoais na primeira
pessoa, acredita-se que Lucas estava presente em alguns fatos contados em seu
livro. Parece que Lucas se juntou a Paulo em Trôade (Atos 16:10) e foi com ele até a Macedônia, depois viajou com o Apóstolo até Filipos,
onde tinha conhecidos nesta cidade, ficando provavelmente ali por certo tempo
(At 17.1).
Uns sete anos mais tarde, quando Paulo,
dirigindo-se a Jerusalém, visitou Filipos, Lucas juntou-se
novamente a ele (At 20:5). Acredita-se também que Lucas seja aquele “irmão”
de que se fala em 2ª Co 8:18 (“E com ele enviamos aquele irmão cujo
louvor no evangelho está espalhado em todas as igrejas.”). Lucas acompanhou Paulo a Jerusalém (Atos
21:18) e com ele fez viagem para Roma (Atos 21:1). E nesta cidade esteve com o
Apóstolo durante a sua primeira prisão (Cl 4:14 e Fm 24). Lucas permaneceu com
o Apóstolo Paulo em Roma durante o seu segundo encarceramento, precisamente
pouco antes da morte de Paulo (2ª Tm 4:11). Uma tradição
cristã
apresenta Lucas pregando o Evangelho no sul da Europa, e posteriormente morre na Grécia como um mártir.
“Lucas é um sírio de Antioquia, sírio pela raça, médico de profissão.
Tornou-se discípulo dos apóstolos e mais tarde
seguiu a Paulo até ao seu martírio. Tendo servido o Senhor com perseverança,
solteiro e sem filhos, cheio da graça do Espírito Santo, morreu com 84
anos de idade.”
Abiú
No hebraico Abiú
significa “de que Deus é pai”. Foi o segundo dos filhos de Aarão e Eliseba (Êx
6:23).
Quando foi
estabelecida a adoração cerimonial, as vítimas colocadas sobre o grande altar
de bronze eram consumidas por fogo descido do céu. Foram dadas ordens para que
esse fogo fosse mantido aceso e que o incenso, diariamente oferecido, fosse
queimado em incensários cheios de brasas tiradas do grande altar.
Certo dia,
Nadabe e Abiú esqueceram essa regra e ofereceram incenso em incensários cheios
de fogo “estranho”, isto é, fogo comum, e não daquele que fora mantido no fogo
divino. Por causa disso foram instantaneamente mortos pelo fogo (alguns
estudiosos acreditam que fora um relâmpago vindo do céu que os matou, mas não
se pode provar essa teoria) e assim foram violentamente tirados do ofício
sacerdotal. Então foram retirados e sepultados com as vestes que traziam no
momento, fora do acampamento (Lv 10:1 a 11).
Há textos que
nos ajudam a entender como era importante que a adoração instituída deveria ser
cumprida exatamente como fora orientada pelo Senhor em todos os seus detalhes ð Números 3:4 e
26:61 e 1 Crônicas 24:2.
Pouco depois do
incidente de Nadabe e Abiú, houve a proibição do uso de vinho pelos sacerdotes
que tivessem de entrar no tabernáculo. Com base nessa circunstancia, nos é
aberto a possibilidade de pensarmos que Nadabe e Abiú poderiam estar mesmo
embriagados quando ofereceram o fogo “estranho”. Os irmãos não estavam
impelidos pela presença do Espírito Santo, mas pelo foco do vinho, que
provavelmente teriam ingerido[1].
Tanto Nadabe
quanto Abiú não tiveram filhos (Nm 3:4 e 1 Cr 24:2), sendo assim, a sucessão
sacerdotal só continuou por meio de seus irmãos Eleazar e Itamar.
[1] Ingerir: beber.
Nadabe
Esse nome foi dado a vários personagens masculinos do Antigo Testamento, e no hebraico significa “liberal”, “bem-disposto”. E dentre um deles temos o filho mais velho de Aarão. Nadabe e seus três irmãos, Abiú, Eleazar e Itamar foram ungidos como sacerdotes para ministrarem ao Senhor (Êx 28:1).
Nadabe e seu irmão Abiú, perderam a vida por haverem oferecido fogo estranho ao Senhor (Êx 06:23). O fogo estranho que Nadabe e Abiú ofereceram ao que parece, foi assim denominado por “não” haver sido retirado das chamas que queimavam perpetuamente sobre o altar. O fogo que queimava sobre a altar era o único fogo que poderia ser usado para o serviço do tabernáculo (Lv 6:13).
Aarão e seus dois filhos sobreviventes, Eleazar e Itamar, foram proibidos de celebrar as cerimônias por seus mortos após o incidente, suas mortes não foram formalmente lamentadas, o que serviu para demonstrar a seriedade do pecado deles (Lv 10:9ss).
Alguns
estudiosos da Bíblia pensam que os dois irmãos estavam embriagados (Lv 10:9ss)
quando cometeram o erro, o que apenas serviu para complicar a questão, agravando
seus atos, em meio ao culto ao Senhor. Entretanto, outros estudiosos discutem
que não há como determinar a natureza exata do pecado deles, talvez, tanto o
fogo quanto o horário da oferta estivessem envolvidos, sem falar na conduta dos
irmãos. O incenso deveria ser oferecido “somente” pela manhã e à tarde (Êx
30:7ss). É possível que, estando eles alcoolizados, não tivessem consciência da
hora do dia. Seja como for, o incidente ilustra a questão do culto divino
prestado de maneira errada, o que o Senhor rejeita vigorosamente.
Marcos
O primeiro nome
de Marcos é “João”, significa “Yahweh mostrou graça”. Seu segundo nome,
“Marcos”, em latim é “Marcus”.
Evidentemente, Marcos fora um nome adotado. Muitas famílias judaicas tinham
dois nomes, um de origem hebraica e outro de origem grega ou latina. As
famílias judaicas cujos membros tinham sido capturados na guerra como escravos,
e que mais tarde haviam sido soltos, com frequência, tomavam nomes latinos, “libertos”,
geralmente, o mesmo nome da família a quem haviam servido.
Todavia, “Marcos” é nome próprio, e não sobrenome ou nome de família, pelo que essa regra não se aplica aqui. Não era incomum, seja como for, que os judeus do primeiro século de nossa era tivessem dois nomes, por quaisquer motivos. Talvez isso resultasse do fato de viverem em uma cultura greco-lativa, onde o grego se tornara o idioma internacional, ao passo que o latim era o idioma oficial, político.
Nada sabemos sobre o lar original de Marcos, quanto a sua localização, mas na primeira vez em que o encontramos, o vemos em Jerusalém; e talvez seja boa opinião que aquela era sua terra natal, ou, pelo menos, o lar de sua família. Alguns dos seus familiares parecem ter sido abastados, como a própria Maria e Barnabé, primo de Marcos, nativo da ilha de Chipre (Atos 4:36). O pai de João Marcos não é mencionado em porção alguma, e a maioria dos intérpretes da Bíblia acredita que Maria sua mãe era viúva. Isso porque a casa onde uma das congregações da igreja de Jerusalém se reunia é chamada de “casa de Maria”. Se o seu esposo ainda vivesse, certamente não seria assim que chamariam a sua casa.
Não contamos com quaisquer citações acerca de João Marcos além daquelas que nos são dadas no livro de Atos, embora alguns pensem que o jovem, que aparecem em Marcos 14:51 e que se salvou da prisão por uma fuga envolto em lençol, quando o Senhor Jesus estava sendo levado prisioneiro do jardim do Getsêmani, seja o mesmo Marcos. Nesse caso, Marcos estaria nas proximidades, e quase foi apanhado, mas conseguiu fugir, deixando nas mãos de seus captores o lenços em que estava embrulhado, tendo ficado nu, isto é, somente com a roupa de baixo. Essa opinião não passa de uma suposição, pois bem poderia tratar-se de outro discípulo qualquer, mas por outro lado, há a possibilidade de se tratar mesmo de João Marcos.
Marcos permaneceu em Jerusalém ate ser levado para Antioquia por Barnabé e Paulo, que regressavam de uma missão de socorro a Jerusalém (Atos 12:25). Quando partiram para Chipre, na sua primeira viagem missionária, levaram Marcos em sua companhia (Atos 13:5). Porém ao chegarem a Perge, Marcos os deixou e regressou a Jerusalém (atos 13:13). O apostolo Paulo viu a atitude de Marcos como uma espécie de deserção; e ao sugerir Barnabé que Marcos os acompanhasse novamente na segunda viagem missionária, Paulo rejeitou veementemente a ideia, o que se tornou motivo de divisão entre os dois grandes missionários da história cristã – Paulo e Barnabé (Atos 15:38). Dessa forma houve separação entre Paulo e Barnabé. Barnabé levou Marcos em sua companhia para Chipre, ao passo que Paulo começou a levar Silas em suas viagens.
Depois desse incidente, não mais se ouve falar de João Marcos, e da próxima vez que em que se lê algo sobre ele, o encontramos em companhia de Paulo, estando o apostolo aprisionado, provavelmente em Roma (Cl 4:10). É evidente que o apostolo Paulo estava pensando em enviar João Marcos em missão a Colossos, isso porque certamente Marcos havia readquirido a confiança do apostolo, e qualquer erro que Paulo pensasse ter ele cometido, isso já fora há muito perdoado.
Todavia, “Marcos” é nome próprio, e não sobrenome ou nome de família, pelo que essa regra não se aplica aqui. Não era incomum, seja como for, que os judeus do primeiro século de nossa era tivessem dois nomes, por quaisquer motivos. Talvez isso resultasse do fato de viverem em uma cultura greco-lativa, onde o grego se tornara o idioma internacional, ao passo que o latim era o idioma oficial, político.
Nada sabemos sobre o lar original de Marcos, quanto a sua localização, mas na primeira vez em que o encontramos, o vemos em Jerusalém; e talvez seja boa opinião que aquela era sua terra natal, ou, pelo menos, o lar de sua família. Alguns dos seus familiares parecem ter sido abastados, como a própria Maria e Barnabé, primo de Marcos, nativo da ilha de Chipre (Atos 4:36). O pai de João Marcos não é mencionado em porção alguma, e a maioria dos intérpretes da Bíblia acredita que Maria sua mãe era viúva. Isso porque a casa onde uma das congregações da igreja de Jerusalém se reunia é chamada de “casa de Maria”. Se o seu esposo ainda vivesse, certamente não seria assim que chamariam a sua casa.
Não contamos com quaisquer citações acerca de João Marcos além daquelas que nos são dadas no livro de Atos, embora alguns pensem que o jovem, que aparecem em Marcos 14:51 e que se salvou da prisão por uma fuga envolto em lençol, quando o Senhor Jesus estava sendo levado prisioneiro do jardim do Getsêmani, seja o mesmo Marcos. Nesse caso, Marcos estaria nas proximidades, e quase foi apanhado, mas conseguiu fugir, deixando nas mãos de seus captores o lenços em que estava embrulhado, tendo ficado nu, isto é, somente com a roupa de baixo. Essa opinião não passa de uma suposição, pois bem poderia tratar-se de outro discípulo qualquer, mas por outro lado, há a possibilidade de se tratar mesmo de João Marcos.
Marcos permaneceu em Jerusalém ate ser levado para Antioquia por Barnabé e Paulo, que regressavam de uma missão de socorro a Jerusalém (Atos 12:25). Quando partiram para Chipre, na sua primeira viagem missionária, levaram Marcos em sua companhia (Atos 13:5). Porém ao chegarem a Perge, Marcos os deixou e regressou a Jerusalém (atos 13:13). O apostolo Paulo viu a atitude de Marcos como uma espécie de deserção; e ao sugerir Barnabé que Marcos os acompanhasse novamente na segunda viagem missionária, Paulo rejeitou veementemente a ideia, o que se tornou motivo de divisão entre os dois grandes missionários da história cristã – Paulo e Barnabé (Atos 15:38). Dessa forma houve separação entre Paulo e Barnabé. Barnabé levou Marcos em sua companhia para Chipre, ao passo que Paulo começou a levar Silas em suas viagens.
Depois desse incidente, não mais se ouve falar de João Marcos, e da próxima vez que em que se lê algo sobre ele, o encontramos em companhia de Paulo, estando o apostolo aprisionado, provavelmente em Roma (Cl 4:10). É evidente que o apostolo Paulo estava pensando em enviar João Marcos em missão a Colossos, isso porque certamente Marcos havia readquirido a confiança do apostolo, e qualquer erro que Paulo pensasse ter ele cometido, isso já fora há muito perdoado.
A epístola de
Filemom nos mostra, de novo, que Marcos estava na companhia de Paulo, juntamente
com Lucas, o que também se verifica em Colossenses 4. A passagem de 2Timóteo
4:11 nos mostra qual a ideia que Paulo fazia de Marcos ð “Toma contigo
a Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério”. Parece, portanto, que
Barnabé fora capaz de avaliar o caráter de Marcos do que Paulo, e que sua
confiança em seu primo fora amplamente justificada. Naturalmente, é possível
que a maneira severa pela qual Paulo to tratou, tenha sido medida necessária
para discipliná-lo, fato esse que o ajudou a tornar-se elemento útil e fiel no
ministério do Senhor Jesus. Em 1 Pedro 5:13, Pedro o chama de “... meu filho
Marcos”. Tanto Pedro como Marcos são apresentados como quem estava em
“Babilônia”, o que provavelmente seria uma referência a “Roma”. Dessa forma,
Marcos teria, finalmente, fixado residência em Roma, e a tradição concorda que
o evangelho de Marcos foi escrito em Roma, essencialmente fortalecido pelas
memórias do apostolo Pedro.
Miriã
Em hebraico o nome “Miriã” significa
“obstinação[1]”,
“rebeldia”. “Miriã” é o nome de duas personagens bíblicas, e, “Miriã” é o nome
próprio por detrás do nome “Maria”. No Novo Testamento, oito mulheres são
chamadas pelo nome de “Maria”, o que nos autoriza a dizer que, nos dias do Novo
Testamento, esse nome se tornara muito comum.
Miriã foi irmã de Moisés e Aarão, filha de Anrão e Joquebede. Miriã liderou o coro de mulheres do Cântico de Moisés (Êx 15:20 – 21), por ocasião da travessia do mar Vermelho, após o êxodo. Essa é a primeira vez em que é chamada por nome, mas em Êxodo 2:3ss, Miriã é orientada a vigiar a arca que sua mãe havia preparado para o bebê Moisés. Isso foi feito a fim de salvar a vida do menino, visto que o Faraó ordenara que todos os recém-nascidos do sexo masculino, entre os hebreus, fossem mortos, pois temia que a multiplicação dos hebreus fosse prejudicial ao Egito, no futuro.
Miriã foi a primeira pessoa da família de Moisés, de quem foi dito possuir o dom de profecia. Ela é chamada de “profetisa” em Êxodo 15:20 e 21.
Miriã e Aarão tiveram ciúmes do “poder” que Deus havia concedido a Moisés, mas foi Miriã quem teve a coragem de manifestar seus pensamentos publicamente. De fato, ela instigou[2] uma clara rebelião contra Moisés. Ela se opôs a Moisés, em Hazerote, porque ele tomara para si uma esposa da raça de Cuxe (Números 12:1). Porém, a oposição envolvia mais do que isso; a inveja também atuava (Nm 12:2). O Senhor Deus exige o reconhecimento, justifica e defende Moisés (Nm 12:4ss), e Miriã foi punida, ficando leprosa.
Aarão não se coformava em deixar a questão na situação em que se encontrava, tanto que intercedeu vigorosamente diante de Deus, a fim de que Miriã fosse curada da lepra (Nm 12: 11 e 12), clamor que Deus ouviu e respondeu. Apesar disso, Miriã foi obrigada a permanecer fora do acampamento de Israel por 7 dias após ter sido purificada da lepra, para que pudesse ter tempo para pensar muito bem sobre o que havia acontecido e que também tivesse melhores atitudes dali por diante.
Esse acontecimento provou uma lição muito clara para o povo de Israel no que se referia à autoridade de Moisés. Outra lição que podemos tirar de tudo isso, foi que, embora Miriã tivesse errado gravemente, ela também foi alvo de significativa graça. Onde ficaríamos, todos nós sem a Graça de Deus? Moisés, em outra ocasião, lembrou o castigo imposto a Miriã, diante dos ouvidos de todo o povo, pouco antes de sua própria morte; e isso nos permite perceber que o ocorrido serviu para ilustrar uma lição ao povo de Deus durante longo tempo (Deuteronômio 24:9). Apesar desse problema e dos erros que cometeu, por muito tempo, Miriã ainda era lembrada como parte do grupo dos grandes líderes de Israel, durante o tempo do êxodo e pelo tempo que peregrinaram no deserto (Miquéias 6:4).
Miriã faleceu perto do fim das peregrinações de Israel, em Cades, e foi sepultada ali mesmo (Números 20:1). Isso aconteceu por volta de 1.401 a.C. Os historiadores acreditam que ela foi sepultada perto de um lugar chamado “Petra”, embora ninguém saiba se isso é realmente verdade.
Miriã foi irmã de Moisés e Aarão, filha de Anrão e Joquebede. Miriã liderou o coro de mulheres do Cântico de Moisés (Êx 15:20 – 21), por ocasião da travessia do mar Vermelho, após o êxodo. Essa é a primeira vez em que é chamada por nome, mas em Êxodo 2:3ss, Miriã é orientada a vigiar a arca que sua mãe havia preparado para o bebê Moisés. Isso foi feito a fim de salvar a vida do menino, visto que o Faraó ordenara que todos os recém-nascidos do sexo masculino, entre os hebreus, fossem mortos, pois temia que a multiplicação dos hebreus fosse prejudicial ao Egito, no futuro.
Miriã foi a primeira pessoa da família de Moisés, de quem foi dito possuir o dom de profecia. Ela é chamada de “profetisa” em Êxodo 15:20 e 21.
Miriã e Aarão tiveram ciúmes do “poder” que Deus havia concedido a Moisés, mas foi Miriã quem teve a coragem de manifestar seus pensamentos publicamente. De fato, ela instigou[2] uma clara rebelião contra Moisés. Ela se opôs a Moisés, em Hazerote, porque ele tomara para si uma esposa da raça de Cuxe (Números 12:1). Porém, a oposição envolvia mais do que isso; a inveja também atuava (Nm 12:2). O Senhor Deus exige o reconhecimento, justifica e defende Moisés (Nm 12:4ss), e Miriã foi punida, ficando leprosa.
Aarão não se coformava em deixar a questão na situação em que se encontrava, tanto que intercedeu vigorosamente diante de Deus, a fim de que Miriã fosse curada da lepra (Nm 12: 11 e 12), clamor que Deus ouviu e respondeu. Apesar disso, Miriã foi obrigada a permanecer fora do acampamento de Israel por 7 dias após ter sido purificada da lepra, para que pudesse ter tempo para pensar muito bem sobre o que havia acontecido e que também tivesse melhores atitudes dali por diante.
Esse acontecimento provou uma lição muito clara para o povo de Israel no que se referia à autoridade de Moisés. Outra lição que podemos tirar de tudo isso, foi que, embora Miriã tivesse errado gravemente, ela também foi alvo de significativa graça. Onde ficaríamos, todos nós sem a Graça de Deus? Moisés, em outra ocasião, lembrou o castigo imposto a Miriã, diante dos ouvidos de todo o povo, pouco antes de sua própria morte; e isso nos permite perceber que o ocorrido serviu para ilustrar uma lição ao povo de Deus durante longo tempo (Deuteronômio 24:9). Apesar desse problema e dos erros que cometeu, por muito tempo, Miriã ainda era lembrada como parte do grupo dos grandes líderes de Israel, durante o tempo do êxodo e pelo tempo que peregrinaram no deserto (Miquéias 6:4).
Miriã faleceu perto do fim das peregrinações de Israel, em Cades, e foi sepultada ali mesmo (Números 20:1). Isso aconteceu por volta de 1.401 a.C. Os historiadores acreditam que ela foi sepultada perto de um lugar chamado “Petra”, embora ninguém saiba se isso é realmente verdade.
Aarão
Não há certeza quanto ao significado do que o nome quer dizer, pois a
própria Bíblia não nos dá explicação sobre o sentido desse nome, além de que,
somente Aarão, irmão de Moisés, tem esse nome em toda a Bíblia.
Aarão foi o filho mais velho do levita Anrão e de Joquebede (Êx 6:20). Era irmão de Moisés e Miriã, sendo ele três anos mais velho que Moisés (Êx 7:7). Acredita-se que seu nascimento se deu por volta do ano 1.725 a.C., que foi o ano anterior ao decreto de Faraó acerca da eliminação dos meninos hebreus. Os trechos de Êxodo 6:16 a 20 indicam que Aarão estava na terceira geração depois de Levi, pelo que teríamos Levi, Coate, Anrão e Aarão; embora as genealogias com frequência fossem apenas representativas, e não completas.
Aarão era levita por parte de seu pai e de sua mãe (Nm 26:29). A esposa de Aarão foi Eliseba, irmã de Naassom, aparentemente o príncipe de Judá, que foi ancestral de Davi (Êx6:23; Rute 4:20; 1Cr2:10 e Mt 1:4). Aarão e Eliseba tiveram quatro filhos: Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar. Os dois mais velhos foram mortos pelo fogo caído do céu, por motivo de um ato de sacrilégio (Lv 10:1ss). A classe dos sumo sacerdotes deriva-se dos outros dois filhos de Aarão, em Israel (1Cr 24:1ss).
Deus nomeou Moisés para tirar o povo de Israel do Egito, e também nomeou Aarão para ser porta-voz de Moisés por ser mais eloquente[1] do que o irmão em suas palavras (Êx 4:14-16). Sobre Moisés a Bíblia declara ser ele “pesado de boca e pesado de língua”, mas quanto a Aarão declara “certamente ele pode falar”. Moisés foi orientado a deixar Midiã (onde estivera durante 40 anos, aproximadamente de 1.688 a 1.648 a.C.), a fim de retornar para o Egito. Moisés encontra-se com Aarão no monte Horebe (Êx 4:29-31) e no dia seguinte apresentaram-se a Faraó.
Faraó não os ouviu nem se intimidou com o que falaram. Expulsou-os de sua presença e intensificou os trabalhos dos israelitas. Por causa disso, os irmãos Moisés e Aarão, enfrentam a oposição do próprio povo de Israel, mas mantiveram-se firmes, e reafirmam o propósito de Deus, encorajando o povo a suportar a servidão e a buscar a liberdade (Êx 5).
Aarão e Moisés tiveram outros encontros com Faraó, onde extraordinários milagres aconteceram. Em todas essas ocasiões Aarão usou de eloquência[2], onde se expressava com sabedoria em favor dos israelitas escravizados por Faraó (Êx 6 a 9).
Moisés recebeu as tábuas da Lei no monte Sinai. Foi nessa ocasião que Aarão e os anciãos de Israel viram de longe a glória do Senhor (Êx 24:1 a 11). Nesse ponto o sacerdócio foi estabelecido, Aarão e seus filhos receberam esse ofício, e, consequentemente, a tribo inteira a qual pertencia Aarão, a tribo de Levi, tornou-se a casta[3] sacerdotal e erudita[4].
Moisés demorou 40 dias no monte, e o povo impaciente exigiu que Aarão fabricasse deuses para que eles pudessem adorar, pois haviam desistido de esperar a volta de Moisés (Êx 33). Os objetos de ouro que os israelitas trouxeram como despojo do Egito foram derretidos e usados como matéria prima para a fabricação de um bezerro de ouro. Aarão fabricou um deus-boi, provavelmente Ápis, de Mênfis, cuja adoração era comum no Egito inteiro. Dessa forma, Aarão acabou proclamando o absurdo que aquele era o deus que tirara Israel do Egito. Moisés desce do monte por orientação divina, trazendo consigo as tábuas da Lei. Ao aproximar-se do acampamento, Moisés joga as tábuas da Lei no chão, quebrando-as. Aarão buscou justificar-se, mas acabou percebendo a necessidade de arrepender-se do que havia feito. Esse evento nos ensina que Deus usou homens imperfeitos, pecaminosos, mas perdoados, a fim de ajudarem na realização de sua obra. Aarão e seus filhos foram consagrados sacerdotes (Êx 40; Lv 8), contudo, os dois filhos mais velhos de Aarão queimaram incenso no tabernáculo com fogo estranho (Lv 10), e por causa disso foram mortos. Aarão perdeu seus dois filhos mais velhos, porém, o Senhor o impulsionou a sofrer sua perda com dignidade, como um sumo sacerdote deve se comportar. Aarão dedicou-se aos seus deveres de sacerdote por quase 40 anos.
Aarão e Moisés foram alvos da rebelião de Corá, Datã e Abirão. A revolta envolvia a autoridade sacerdotal exercida por Aarão e seus filhos, e também a autoridade civil investida por Deus a Moisés. Corá, da tribo de Levi e Datã e Abirão, da tribo de Rúben, queriam modificações radicais que resultariam na exaltação deles mesmos, a fim de poderem exercer autoridade dentro o povo de Israel. A resultante luta pelo poder terminou mediante a praga, que Aarão (por ordem de Moisés) fez cessar, quando encheu um incensário com fogo tirado do altar, correu e “pôs-se em pé entre os mortos e os vivos” (Nm 16:48). O incidente inteiro demonstrou ao povo que a autoridade constituída por Deus permaneceria. Foi dado um sinal adicional, entre as varas dos diferentes filhos de Israel, somente a de Aarão floresceu (Nm 17:8). Essa vara foi guardada na arca como testemunho em qualquer rebelião futura (Nm 17:10).
Aarão não recebeu permissão para entrar na Terra Prometida por causa da sua incredulidade (compartilhada por Moisés), manifestada quando a rocha foi ferida, em Meribá (Nm20:8 a 13). Pouco depois desse fracasso, Aarão morreu, com 123 anos de idade (Nm 33:32). Por ordem de Deus, Aarão, seu filho Eleazar e Moisés subiram ao topo do monte Hor a vista de todo o povo. Ali as vestes de sumo sacerdote de Aarão foram transferidas para Eleazar, e, pouco depois Aarão morreu (Nm 20:23 a 29). Eleazar, filho de Aarão, e Moisés o sepultaram em uma caverna na montanha. Houve lamento por 30 dias por Aarão. Até hoje, no monte Abe, os judeus organizam uma cerimônia, em memória a morte de Aarão. Os árabes apontam para o local tradicional de seu sepulcro, que seria em Petra. Naturalmente, a sua localização é desconhecida.
A função de Aarão, como sumo sacerdote, foi designada para ser “sombra das realidades celestes”, para conduzir a comunidade religiosa para coisas “melhores”, quando outro Sacerdote, da ordem de Melquisedeque, houvesse de aparecer, suplantando[5] todos os sacerdotes anteriores. Esse sacerdote foi Jesus, o Cristo. (Hebreus 6 e 7). Segundo os estudos da teologia, o sumo sacerdote é um tipo de Cristo, aquele que executava funções concernentes[6] ao Cristo de Deus.
Aarão foi o filho mais velho do levita Anrão e de Joquebede (Êx 6:20). Era irmão de Moisés e Miriã, sendo ele três anos mais velho que Moisés (Êx 7:7). Acredita-se que seu nascimento se deu por volta do ano 1.725 a.C., que foi o ano anterior ao decreto de Faraó acerca da eliminação dos meninos hebreus. Os trechos de Êxodo 6:16 a 20 indicam que Aarão estava na terceira geração depois de Levi, pelo que teríamos Levi, Coate, Anrão e Aarão; embora as genealogias com frequência fossem apenas representativas, e não completas.
Aarão era levita por parte de seu pai e de sua mãe (Nm 26:29). A esposa de Aarão foi Eliseba, irmã de Naassom, aparentemente o príncipe de Judá, que foi ancestral de Davi (Êx6:23; Rute 4:20; 1Cr2:10 e Mt 1:4). Aarão e Eliseba tiveram quatro filhos: Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar. Os dois mais velhos foram mortos pelo fogo caído do céu, por motivo de um ato de sacrilégio (Lv 10:1ss). A classe dos sumo sacerdotes deriva-se dos outros dois filhos de Aarão, em Israel (1Cr 24:1ss).
Deus nomeou Moisés para tirar o povo de Israel do Egito, e também nomeou Aarão para ser porta-voz de Moisés por ser mais eloquente[1] do que o irmão em suas palavras (Êx 4:14-16). Sobre Moisés a Bíblia declara ser ele “pesado de boca e pesado de língua”, mas quanto a Aarão declara “certamente ele pode falar”. Moisés foi orientado a deixar Midiã (onde estivera durante 40 anos, aproximadamente de 1.688 a 1.648 a.C.), a fim de retornar para o Egito. Moisés encontra-se com Aarão no monte Horebe (Êx 4:29-31) e no dia seguinte apresentaram-se a Faraó.
Faraó não os ouviu nem se intimidou com o que falaram. Expulsou-os de sua presença e intensificou os trabalhos dos israelitas. Por causa disso, os irmãos Moisés e Aarão, enfrentam a oposição do próprio povo de Israel, mas mantiveram-se firmes, e reafirmam o propósito de Deus, encorajando o povo a suportar a servidão e a buscar a liberdade (Êx 5).
Aarão e Moisés tiveram outros encontros com Faraó, onde extraordinários milagres aconteceram. Em todas essas ocasiões Aarão usou de eloquência[2], onde se expressava com sabedoria em favor dos israelitas escravizados por Faraó (Êx 6 a 9).
Moisés recebeu as tábuas da Lei no monte Sinai. Foi nessa ocasião que Aarão e os anciãos de Israel viram de longe a glória do Senhor (Êx 24:1 a 11). Nesse ponto o sacerdócio foi estabelecido, Aarão e seus filhos receberam esse ofício, e, consequentemente, a tribo inteira a qual pertencia Aarão, a tribo de Levi, tornou-se a casta[3] sacerdotal e erudita[4].
Moisés demorou 40 dias no monte, e o povo impaciente exigiu que Aarão fabricasse deuses para que eles pudessem adorar, pois haviam desistido de esperar a volta de Moisés (Êx 33). Os objetos de ouro que os israelitas trouxeram como despojo do Egito foram derretidos e usados como matéria prima para a fabricação de um bezerro de ouro. Aarão fabricou um deus-boi, provavelmente Ápis, de Mênfis, cuja adoração era comum no Egito inteiro. Dessa forma, Aarão acabou proclamando o absurdo que aquele era o deus que tirara Israel do Egito. Moisés desce do monte por orientação divina, trazendo consigo as tábuas da Lei. Ao aproximar-se do acampamento, Moisés joga as tábuas da Lei no chão, quebrando-as. Aarão buscou justificar-se, mas acabou percebendo a necessidade de arrepender-se do que havia feito. Esse evento nos ensina que Deus usou homens imperfeitos, pecaminosos, mas perdoados, a fim de ajudarem na realização de sua obra. Aarão e seus filhos foram consagrados sacerdotes (Êx 40; Lv 8), contudo, os dois filhos mais velhos de Aarão queimaram incenso no tabernáculo com fogo estranho (Lv 10), e por causa disso foram mortos. Aarão perdeu seus dois filhos mais velhos, porém, o Senhor o impulsionou a sofrer sua perda com dignidade, como um sumo sacerdote deve se comportar. Aarão dedicou-se aos seus deveres de sacerdote por quase 40 anos.
Aarão e Moisés foram alvos da rebelião de Corá, Datã e Abirão. A revolta envolvia a autoridade sacerdotal exercida por Aarão e seus filhos, e também a autoridade civil investida por Deus a Moisés. Corá, da tribo de Levi e Datã e Abirão, da tribo de Rúben, queriam modificações radicais que resultariam na exaltação deles mesmos, a fim de poderem exercer autoridade dentro o povo de Israel. A resultante luta pelo poder terminou mediante a praga, que Aarão (por ordem de Moisés) fez cessar, quando encheu um incensário com fogo tirado do altar, correu e “pôs-se em pé entre os mortos e os vivos” (Nm 16:48). O incidente inteiro demonstrou ao povo que a autoridade constituída por Deus permaneceria. Foi dado um sinal adicional, entre as varas dos diferentes filhos de Israel, somente a de Aarão floresceu (Nm 17:8). Essa vara foi guardada na arca como testemunho em qualquer rebelião futura (Nm 17:10).
Aarão não recebeu permissão para entrar na Terra Prometida por causa da sua incredulidade (compartilhada por Moisés), manifestada quando a rocha foi ferida, em Meribá (Nm20:8 a 13). Pouco depois desse fracasso, Aarão morreu, com 123 anos de idade (Nm 33:32). Por ordem de Deus, Aarão, seu filho Eleazar e Moisés subiram ao topo do monte Hor a vista de todo o povo. Ali as vestes de sumo sacerdote de Aarão foram transferidas para Eleazar, e, pouco depois Aarão morreu (Nm 20:23 a 29). Eleazar, filho de Aarão, e Moisés o sepultaram em uma caverna na montanha. Houve lamento por 30 dias por Aarão. Até hoje, no monte Abe, os judeus organizam uma cerimônia, em memória a morte de Aarão. Os árabes apontam para o local tradicional de seu sepulcro, que seria em Petra. Naturalmente, a sua localização é desconhecida.
A função de Aarão, como sumo sacerdote, foi designada para ser “sombra das realidades celestes”, para conduzir a comunidade religiosa para coisas “melhores”, quando outro Sacerdote, da ordem de Melquisedeque, houvesse de aparecer, suplantando[5] todos os sacerdotes anteriores. Esse sacerdote foi Jesus, o Cristo. (Hebreus 6 e 7). Segundo os estudos da teologia, o sumo sacerdote é um tipo de Cristo, aquele que executava funções concernentes[6] ao Cristo de Deus.
·
Como sumo sacerdote, oferecendo holocaustos
ð Hebreus 8
·
Como o sacerdote que oferecia a expiação ao
entrar no Santo dos Santos ð Hebreus 9 e João 17:3
·
Ao ser ungido, passou a atuar como
intercessor. Sua unção representou antecipadamente o poder do Espírito Santo na
vida de Jesus, consequentemente, na vida de seus irmãos ð Romanos 8:14
·
Ele transportava todos os nomes das tribos
de Israel em seu peito e em seus ombros, assim representando a todos eles.
Cristo é o Salvador universal ð Efésios 1:10 a 23 e João 3:16 e 12:32
·
Ele foi o mediador das mensagens divinas,
utilizando-se dos místicos Urim e Tumim. Cristo é o nosso Mediador ð Hebreus 8:6; 9:15 e 1Tm2:5.
[1] Eloquênte: pessoa que sabe falar de modo que domine a
conversa e que está ouvindo. Pessoas expressiva e convincente.
[2] Eloquência: saber falar de modo que domine a conversa e
que está ouvindo. Pessoas expressiva e convincente.
[3] Casta: classe de pessoas.
[4] Erudita: pessoa que tem grande, profundo conhecimento.
Pessoa que tem sede de conhecimento, pessoa sábia.
[5] Suplantar: superar, estar acima.
[6] Concernente: que se refere, que diz respeito, relativo a
alguém ou alguma pessoa.
Moisés
Não temos para o nome Moisés uma significação
exata, mas a várias suposições possíveis. Talvez a raiz do seu nome indique a
ideia de “extração de água” (2º Samuel 22:17), isso refere-se ao fato de que,
na sua tenra infância, Moisés foi salvo de morrer afogado no rio Nilo. Talvez
o nome possa ter vindo da combinação de
duas palavras egípcias, que ao serem unidas formaram o nome Moisés – essas
palavras seriam: ms que significaria “criança”
e mw-s
que significaria “filho da água”.
Moisés pertencia a tribo de Levi, e era filho de
Anrão e Joquebede. Os outros membros de sua família imediata eram Aarão e
Miriã, irmão e irmã mais velhos do que Moisés. Moisés casa-se com Zípora, filha
de um sacerdote midianita. Moisés e Zípora tiveram dois filhos, Gérson e
Eliezer.
Os estudiosos tem dúvidas quanto a data do
nascimento de Moisés, uns acreditam que tenha sido no ano 1.520 A.C., já outros que fora em 1350 A.C.,
exatamente o que acontece com a localização do seu nascimento, contudo, o historiador
Flávio Josefo, diz em seus escritos que Moisés poderia ter nascido na cidade de
Heliópolis, no Egito, e que seu nascimento havia sido predito pelos mágicos
egípcios.
Por ter sido criado como filho da filha de Faraó,
Moisés ter boa instrução. O Egito era bem adiantado em cultura literária, sendo
assim, é bem provável que Moisés soubesse falar e escrever em alguns idiomas,
dentre eles os hieróglifos egípcios, a escrita cuneiforme e o hebraico. Deus
escolheu Moisés e o preparou durante 80 anos, antes de chama-lo de volta ao
Egito, em sua ordem de ir e libertar o povo de Israel, e o período que ele foi
educado na casa de Faraó, certamente fora propósito de Deus.
Nos primeiros 40 anos, Moisés passa no Egito e é
educado. Mas quando ele tinha cerca de 40 anos de idade, viu um homem da nação
de Israel ser espancado por um egípcio. Para defender seu compatriota, Moisés
acaba ferindo de morte o egípcio, mas pensa que ninguém havia visto o que ele
fez. Contudo, no dia seguinte ele vê dois homens israelitas discutindo e tenta
intervir na situação, quando foi mencionado o que ele, Moisés, houvera feito no
dia anterior. A notícia chega a Faraó e Moisés é obrigado a fugir do Egito para
poder preservar a sua vida indo para Midiã.
Perto do monte Sinai, Moisés para perto de um poço
para descansar e acaba ajudando mulheres pastoras a darem água para suas
ovelhas. Por causa da ajuda de Moisés elas puderam voltar mais cedo para casa
dos cuidados com as ovelhas. As irmãs levam Moisés a seu pai Jetro (Jetro tinha
7 filhas), e contam o que Moisés fizera por elas. Moisés casa-se então com uma
das filha do sacerdote, Zípora e passa a ser pastor das ovelhas de Jetro, seu sogro.
40 anos mais tarde, enquanto Moisés estava a cuidar
das ovelhas do seu sogro, ele avista um arbusto em chamas, contudo este arbusto
não era consumido por elas. Ao aproximar-se ouve a voz do Senhor, uma voz que
saía de dentre os ramos do arbusto. O Senhor o ordena a tirar as sandálias dos
pés, porque ali era um território santo. Ali estava o Deus de Abraão, Isaque e
Jacó. Então Deus revela-se a Moisés como o grande “EU SOU”, o Deus eterno, de
Quem depende todo ser. Deus revela uma porção do seu poder a Moisés para que
este ficasse convencido de sua missão, sobre os cuidados de Deus sobre sua vida
e sobre o sucesso da missão que Moisés fora incumbido. Os sinais dados a Moisés
serviriam como símbolo do poder que Moisés teria, a fim de humilhar os egípcios.
Cada um dos milagres executados naquele local santo deveriam ser repetidos
diante dos hebreus, como sinal de autenticação da missão que Moisés recebera do
próprio Deus.
O Senhor envia Aarão para ir se encontrar com
Moisés para que os dois pudessem trabalhar juntos na missão que o Senhor
houvera ordenado a Moisés. Aarão tornou-se porta voz de Moisés, enquanto Moisés
recebia diretamente de Deus todas as diretrizes para essa missão.
Quando Moisés volta para o Egito, ele está com
cerca de 80 anos de idade, contudo, este foi o período mais importante de sua
vida, foi para isso que o Senhor o havia salvado das águas e o preparado por
tanto tempo. Sua tarefa era libertar os israelitas da servidão do Egito. Na
verdade Moisés tinha duas grandes tarefas, a primeira seria confrontar com o
próprio Faraó e à segunda seria a insistir com só próprios israelitas, que só
seriam libertados da escravidão em meio a muita resistência, reclamações e
rebeldia. Após todos os confrontos e demonstrações de poder diante de Faraó,
dos egípcios e dos israelitas, a missão de Moisés está chegando a sua segunda
parte – Moisés passaria a tratar diretamente com os israelitas que passariam o
seus próximos 40 anos no deserto caminhando com Moisés. Moisés governa todo o
povo, recebe de Deus as leis para orientação e justiça, constrói o tabernáculo
e consolida a adoração a Deus, o Senhor.
Moisés era um homem de grandes qualidades e
virtudes, mas infelizmente cometeu um episódio que lhe custou a entrada na
Terra Prometida. De acordo com a explicação dada pelo próprio Deus, o erro foi
causado pela incredulidade, como lemos em Números 20:12 – “E o Senhor disse a
Moisés e a Arão: Porquanto não crestes em mim, para me santificardes diante dos
filhos de Israel, por isso não introduzireis esta congregação na terra que lhes
tenho dado.” Em Êxodo 17, Moisés havia ferido
uma rocha e obtivera água, e agora, no episódio das “águas de Meribá”, Moisés
imitou aquele primeiro gesto. Podemos supor, que a ordem de Deus fora clara e
que Ele queria mostrar seu poder de uma nova maneira. Dessa forma, Moisés perde
a permissão de entrar na Terra Prometida.
Em Deuteronômio 34 temos a narração da morte de
Moisés. Moisés subiu desde as planícies de Moabe até o monte Nebo, ao cume do
monte Pisga, que ficava de frente para Jericó, e de lá, Moisés foi capaz de
contemplar a Terra Prometida. Ele viu o território desde Gileade até Dã, todo o
território de Naftali, as terra de Efraim e Manassés, e toda a terra de Judá,
alem de também ter visto parte do mar Mediterrâneo, chamado anteriormente de
mar Ocidental, o Neguebe, vale de Jericó e as cidades das palmeiras, até Zoar.
Aquele era o território que Deus havia dado a Abraão por herança, e se
assegurado de que essa promessa seria fielmente cumprida. A morte de Moisés foi
anunciada com simplicidade. Moisés era o servo do Senhor, o Deus de Israel.
Após a sua morte, o Senhor o sepultou em um vale, na terra de Moabe, defronte
de Baal-Peor, embora ninguém saiba dizer onde. Tinha 120 anos de idade quando
morreu, contudo, suas forças foram preservadas pelo Senhor e sua visão era como
a de um jovem.
Pôncio Pilatos foi procurador romano da Judéia,
Samaria e partes da Iduméia entre os anos 26 a 36 D.C. Pouco se sabe sobre sua
vida, os historiadores só falam dele por sua relação no julgamento de Jesus e
algumas referências históricas fora da Bíblia por causa do seu trabalho na
Palestina.
Um procurador era um oficial da classe equestre,
encarregado de algumas das províncias menores, e que ficava nesse posto durante
o tempo que quisesse o imperador. A sua nomeação para governar a Judéia era
considerada uma tarefa pequena pelos romanos. Pilatos tinha pouca autoridade,
mas mesmo com essa pouca autoridade cometeu o maior dos crimes de toda a
história.
Flávio Josefo, um historiador do primeiro século
D.C. relata em seus escritos que houve uma ocasião em que Pilatos teve
dificuldades com seus súditos judeus, por ter feito entrar tropas romanas em
Jerusalém sem remover as suas insígnias (o medalhão com a imagem do imperador),
o que era considerado uma idolatria pelos judeus. Em outra ocasião, ele se
apossou de fundos do templo a fim de construir um aqueduto, isso causou
tremendo furor entre os judeus. Usar de enorme brutalidade ao esmagar uma
pequena revolta em Samaria foi o que desencadeou a sua queda como governador
da Judéia.
Além de Josefo, outros autores escreveram a
respeito de Pilatos.
Filon de Alexandria, filósofo de descendência greco-judaica
que viveu entre os anos de 25 A.C. a 50 D.C., não conseguiu encontrar nem uma
coisa boa para falar a respeito de Pilatos, descrevendo-o como um homem rígido,
brutal e teimoso, iracundo, desprezador, dado a aceitar subornos e a subornar
também, homem violento e provocador, envolvidos em assassinatos que nunca foram
julgados. Contudo, o Novo Testamento o mostra como um homem incrédulo, fraco e
que perdeu uma notável oportunidade devido a sua acomodação política.
João
Batista
João Batista era filho do sacerdote Zacarias, que
pertencia ao turno de Abias (1º Crônicas 24:10) e sua mãe, Isabel também era de
família sacerdotal, pois é até chamada de “das filhas de Arão” (Lucas
1:5). Seu nascimento foi miraculoso, visto que seus pais eram ambos de idade
avançada. João Batista nasceu na região montanhosa da Judéia. Maria, mãe de
Jesus, foi visitar Isabel, durante seu período de gravidez, e permaneceu com
ela por cerca de três meses. Isabel provavelmente era parenta de Maria, mãe
de Jesus, (Lucas 1:36). Não há ao certo como afirmar, mas as duas poderiam ser
primas, o que faria João Batista e Jesus, primos em algum grau desconhecido.
As datas do seu nascimento e do início do seu
ministério público não podem ser determinadas com precisão, mas acredita-se que o
seu nascimento possa ter sido entre os anos 8 a 4 a.C., e o seu ministério
entre os anos 26 a 28 d.C..
Praticamente não sabemos nada sobre a vida de João
Batista antes de ele dar início ao seu ministério público, apenas que era
natural da Judéia, das regiões montanhosas, embora a cidade não venha a ser
citada em nenhum livro do Novo Testamento.
Em Mateus 3:4 observamos que João vestia-se de
maneira similar a Elias (2° Reis 1:18). É provável que João vivesse sob o voto
dos nazireus, permitindo que seus cabelos crescessem e não aparasse os cantos
da barba. Evitava todo vinho e bebidas alcoólicas, e vivia uma vida reservada
apenas dedicada ao crescimento espiritual e a mortificação dos desejos da
carne, era uma vida rígida e penosa.
A vida de João Batista visava preencher um propósito
especial, ou seja, o de ser o precursor do Messias. Nada se sabe como foi a
preparação de João Batista para exercer este ministério, mas acredita-se que seu
ministério teve início poucos meses antes do Senhor Jesus iniciar seu próprio
ministério. Assim como o Senhor Jesus, João Batista dispunha de um curtíssimo
período de tempo para cumprir o que lhe era devido.
João Batista era um homem dotado de grande poder e
influência, tanto que os evangelistas acharam por bem mostrar que ele mesmo não
era o Messias, e que ele não tinha quaisquer ambições quanto a isso. A vida
dele foi como um meteoro que apareceu subitamente, visível por algum tempo e depois
desaparece.
João Batista não pregava, e batizava apenas no Vale
do Jordão, mas vemos que também utilizou outros lugares também propícios para
exercer seu ministério, como descrito em João 3:23 (“Ora, João batizava
também em Enom, junto a Salim, porque havia ali muitas águas; e vinham ali, e
eram batizados.”).
Estudiosos do Novo Testamento acreditam que João
Batista esperava que o Messias estabelecesse o Seu Reino, pela força, se
necessário, e que isso constituiria um acontecimento de dimensões apocalípticas.
Que o Novo Testamento não tenta esconder que João Batista, em certa medida,
fica desapontado diante do modo como Jesus se apresentou publicamente. Jesus
não reuniu nenhum exército, nem se mostrou inclinado a isso. Ao que parecia,
não foi ao menos capaz de proteger o seu precursor, ou seja, o próprio João
Batista. Os adversários de Jesus pareciam estar ganhando todas as batalhas.
Segundo esse ponto de vista, as coisas não estavam indo muito bem, por isso,
João Batista enviou mensageiros a Jesus, para que estes indagassem se ele era,
verdadeiramente, o Messias, Aquele pelo qual, ele, João Batista estava
esperando (Mateus 11:2ss). João ouviu falar dos grandes prodígios de Jesus, mas
ali estava ele, no cárcere.
Jesus não havia reunido nenhum exército, como foi
dito, nenhuma revolução política foi iniciada, não apresentava nenhum poder
político diante dos Romanos, não detinha um numeroso grupo de seguidores
dispostos a combater por ele. Tudo o que Jesus disse a João Batista foi que os
cegos estavam vendo, os aleijados andando, os leprosos sendo purificados, os
surdos ouvindo, os mortos sendo ressuscitados e aos pobres estava sendo pregado
o evangelho. Realmente esse não era o Messias que João Batista estava
esperando, ou pelo menos é o que muitos estudiosos pensam a respeito de João
Batista!
A tradição cristã aponta Cafarnaum, na Galiléia
como a localidade de origem desse apóstolo, cujo nome verdadeiro, segundo
Marcos 2:14 seria Levi, sendo Mateus seu nome apostólico. O nome Mateus era um
nome muito comum entre os judeus naquele período da história judaica. Mateus
seria uma contração do nome Matitias que significa “presente de Yahweh”.
Mateus era filho de Alfeu e provavelmente irmão de
Tiago, o menos (segundo Lucas 6:15). Sendo Mateus morador de Cafarnaum, teve
várias oportunidades para ver muitos dos milagres de Jesus ou encontrar-se com Ele
enquanto Jesus exercia seu ministério na Galiléia.
Mateus não foi seguidor de João Batista, ainda mais
porque, como um cobrador de impostos, é bem provável que não tivera uma vida
muito piedosa. Ser cobrador de impostos implica em cobrar taxas tanto dos que
cruzavam o Mar da Galiléia como dos que transitavam pela importante estrada de Damasco.
Essas terras passavam pelos domínios do Tetrarca Herodes Antipas.
Os impostos cobrados par Roam era de duas espécies:
·
Os tributos que eram
cobrados sobre as propriedades – trubutum
agri; ou cobrado sobre as pessoas – tributum
capitis (veja Mateus 22:15 a 22).
·
Outros impostos que
abrangem todos aqueles que ingressam no território romano dominado por Herodes
Antipas – vectigalia.
o
Dentre esses destacamos
o portorium, que era recebido na
fronteira, pois era um imposto sobre as mercadorias que ingressavam no
território romano, o que corresponde a três tipos de impostos modernos (o alfandegário: recebido na fronteira de
uma província ou Estado; o de consumo:
recebido na entrada ou saída de uma cidade; e o de pedágio: pagamento pelo trânsito em determinados lugares, como por
exemplo, em estrada). Na Bíblia temos este imposto traduzido como Publicano, mas essa cobrança se aplica
aos cobradores do portorium.
Os verdadeiros Publicanos
(em latim: Publicanus) eram os
membros de um pequeno de pessoas nobres, ricos e que detinham grande poder
político em suas mãos. Normalmente esses Publicanos
eram membros de uma mesma família rica e influente que habitava na capital do
império romano. Essas pessoas eram os responsáveis pela arrecadação desse
imposto – o Publicum – e formavam uma
sociedade rica. Com o passar dos tempos, os imperadores, ávidos por poder,
passaram a requerer dos Publicanos
as suas arrecadações.
Dentro da sociedade dos Publicanos, um dos membros
dessa sociedade era colocado como líder – o Magister societatis – e que tinha um grande número de empregados
sob as suas ordens. Dentre esses empregados – os submagistri – que eram os responsáveis pela cobrança dos impostos nas
províncias do império Roman, eles é que mantinham contato direto com a
população para a coleta. Esses empregados não eram os verdadeiros Publicanos, mas a população os conhecia
como tal. Acredita-se que Zaqueu (Lucas 19:1 a 10) era um deles, assim como Mateus.
Os Publicanos, tanto os verdadeiros quanto os seus
empregados – os submagistri – eram
tratados com muita desconfiança, pois eram coparados a ladrões e oportunistas.
Dentro da nação de Israel, pessoas como Mateus que eram empregados do império
romanos, eram considerados como traidores na nação, apóstatas, gentios e
pecadores (Mateus 18:17). Eles eram tão desprezados, que nem mesmo as suas ofertas
eram aceitas nas sinagogas, pois eram homens que andavam sempre envolvidos com
corrupção, recebiam suborno e praticavam extorsão, o que certamente faziam
deles homens ricos. Há também a possibilidade de Mateus ter sido um dos mais
instruídos dos discípulos, pois como cobrador de imposto, tinha habilidade na
leitura, na escrita, na matemática e na contabilidade. Poderia também dominar o
grego, o latim e o aramaico para poder ser comunicar com todos aos quais
cobrava.
Há a possibilidade de Mateus ter realmente sido um
homem abastado quando vemos a referencia do banquete que este oferece a Jesus,
onde muitos colegas cobradores de impostos como Mateus estiveram presentes no
banquete (Mateus 9:10; Marcos 2:12 e Lucas 5:29). Esse banquete poderia ser uma
despedida de Mateus a seus ex-colegas.
O nome Mateus aparece nas listas dos apostos de
Jesus em quatro passagens: Mateus 10:3; Marcos 3:18; Lucas 6:15 e Atos 1:13,
sendo esta a última menção do seu nome.
Jacó (Israel)
Jacó é filho mais novo de
Isaque e Rebeca e o terceiro dos três grandes patriarcas hebreus: Abraão,
Isaque e Jacó. Tinha um irmão gêmeo, mais velho. O significado em hebraico para
o nome Jacó é “Deus protege”, no entanto, em Gênesis 25:26 o nome é
explicado como se significasse “aquele que segura pelo calcanhar”, isso
por causa do episódio do seu nascimento, pois Jacó emergiu do útero de sua mãe
segurando o calcanhar de seu irmão gêmeo, Esaú. Dessa forma vem o sentido
secundário para o nome: “usurpador” ou “astuto”. Mas é preciso
ressaltar que o significado original do nome é “Deus protege”, e as
outras ideias para o significado do nome “Jacó” vem de certo jogo de palavras
onde: “Este homem, cujo nome é Deus Protege, de fato é um agarrador de
calcanhar e um usurpador”.
Quando Jacó lotou com o anjo
de Deus e prevaleceu, e exigiu do anjo uma benção, tornou-se apropriado a
mudança do nome “Jacó” para “Israel”. O nome “Israel” apareceu pela primeira
vez em Gênesis 32:28. O significado para Israel é “Deus luta”. Essa luta
que o nome se refere, está no fato de prevalecer, mediante o qual Jacó recebe a
benção que desejava, para daí por diante ser considerado um príncipe de Deus,
por meio de quem a nação se desenvolveria, debaixo da proteção e benção de
Deus.
Jacó e seu irmão Esaú eram
pessoas bem diferentes, e essas diferenças se tornavam cada vez mais evidentes
à medida que lemos sobre o período que ele e seu irmão ainda moravam com seus
pais.
Esaú vende o seu direito de
primogenitura em um ato impulsivo para seu irmão Jacó, quando, ao voltar de uma
caçada mal sucedida e estando com muita fome vende seu direito de primogenitura
por um prato de comida. Há registros históricos nas leis que vigoravam no
Oriente Antigo, que realmente uma pessoa poderia vender seu direito de
primogenitura. Não há uma explicação exata para o fato de Esaú vender seu
direito de primogenitura, mas há a possibilidade de que ele fosse indiferente
aos seus direitos religiosos. Poderia haver uma indiferença espiritual com
relação às questões importantes, isso é um sinal da prevalência do homem carnal
e diminuição do homem espiritual.
Outro fato que trouxe
problemas ao relacionamento dos irmãos Esaú e Jacó, foi o fato de Jacó ter
enganado o seu pai para que recebesse a benção que seria dada a seu irmão Esaú
(Gênesis 27). Essa benção, uma vez ministrada, não podia mais ser revogada
(Gênesis 27:33ss). Sendo assim, Jacó tornou-se o representante da promessa
messiânica, e o cabeça da raça eleita, segundo vemos em Romanos 9:10-16.
Então, Esaú teve de se contentar com uma benção menor e com territórios menos
férteis que aqueles prometidos a Jacó.
Esaú ficou com muita raiva de
seu irmão, o que levou Jacó a fugir da ira de seu irmão que o havia ameaçado de
morte. Jacó foge para a terra natal de Rebeca, sua mãe, na esperança de casar
com uma parenta de sua mãe, ao passo que Esaú casou-se com duas mulheres hititas
(Gênesis 26:34 e 27:46).
Fugindo de seu irmão Esaú.
Jacó sai de Berseba e vai para Harã. Betel fica a 100 quilômetros de Berseba.
Jacó parou para descansar em Betel (Betel significa “casa de Deus”),
anteriormente chamada de “Luz”. Em Betel ele tem a visão da escada, com anjos
que subiam e desciam por ela, uma escada que ligava a terra e o céu (Gênesis
28:18-19). Jacó consagra a 10ª parte de sua renda a Deus, aparentemente de
forma perpétua, logo no início de sua jornada, provavelmente Deus estava
utilizando de toda esta situação para dar coragem a Jacó. Com esta aliança,
Jacó recebe a garantia da proteção divina em toda a sua jornada. Deus havia
feito uma aliança com Abraão, e agora esta aliança estava sendo confirmada
através da vida de Jacó. Jacó constrói um altar a Deus no local onde tivera a
visão e faz votos ao Senhor, entre eles, a 10ª parte de seus bens.
Aproximando-se de Harã, Jacó
chega até um poço que havia fora da cidade, ali ele conhece Raquel, sua prima.
Imediatamente passa a amá-la. Raquel leva Jacó a Labão, pai de Raquel, tio de
Jacó, irmão de Rebeca (mãe de Jacó). Jacó por amar Raquel concorda em trabalhar
para seu tio, Labão, por 7 anos. No fim desses 7 anos, Jacó receberia Raquel
como sua esposa (Gênesis 29). Após 7 anos, Jacó vai até Labão para receber
Raquel como sua esposa, contudo, Labão de forma enganosa, entrega Lia, sua
filha mais velha no lugar de Raquel para ser esposa de Jacó. Fato que Jacó só
percebe na manhã seguinte a noite de núpcias. Assim como Jacó enganou seu irmão
Esaú, agora era ele quem estava sendo enganado. Jacó, para poder ter Raquel
como esposa, precisou fazer outro acordo com Labão. Jacó passaria a trabalhar
mais 7 anos para Labão. A diferença é que Raquel lhe foi dada por esposa logo
depois das festividades do casamento de Jacó com Lia, sendo assim, Jacó não
precisou esperar por mais 7 anos para ter Raquel como sua esposa.
Deus estava abençoando Jacó
muito e Labão percebeu isso, pois assim como Jacó prosperava Labão também
prosperava através do trabalho de Jacó.
O interessante é que a lei da
semeadura estava funcionando na vida de Jacó. Ele estava sofrendo muito na mão
de seu tio, Labão. Jacó estava experimentando a esperteza de Labão sobre a sua
vida, assim como ele agiu com esperteza sobre a vida do seu irmão Esaú. Depois
de muito trabalhar para seu tio, Jacó chama suas mulheres e filhos e foge de
Padã-Harã para a terra de Canaã. Após 3 dias Labão percebe a fuga de Jacó e vai
atrás dele com um grupo de homens armados. Contudo, Deus adverte a Labão a não
fazer mal a Jacó, então Labão apenas o repreende.
Jacó fogiu de Labão por temer
que este lhe fizesse algum mal ou a sua família, ou que lhe mandasse embora sem
os seus bens ou familiares.
Após Jacó se separar de seu
sogro, ele começa a viver uma nova fase em sua vida. Em meio a sua caminhada,
ele encontra com um grupo de anjos, o que leva Jacó a colocar o nome daquele
local de “Maanaim” (que significa “dois exércitos”), evidentemente,
referindo-se ao grupo dos anjos e ao grupo que viajava com ele, seus
familiares.
No meio de sua viagem, Jacó
necessita passar pelo território ocupado por seu irmão Esaú. Mais uma vez Jacó
teme por sua vida e pela vida de todo o grupo que viajava com ele. Esaú vai ao
encontro de Jacó com uma comitiva de 400 homens, o que para Jacó representava
um grande perigo. A única saída de Jacó era voltar-se para Deus e lembrar a
Deus do pacto que o Senhor fizera com Abraão no passado.
Quando Jacó estava sozinho,
um anjo veio ao seu encontro, então eles começam uma furiosa luta física. Essa
luta durou à noite interia. Jacó era forte, e o anjo não foi capaz de vencê-lo,
então o anjo tocou no nervo de sua coxa e a deslocou do lugar, embora a luta
não tenha terminado. Quando a madrugada chegou, Jacó disse que não deixaria que
o anjo fosse embora, ao menos que este lhe abençoasse (Gênesis 23:26).
Dessa benção é que se derivou
a mudança do nome de Jacó para Israel, fazendo com que Jacó se tornasse um
príncipe diante de Deus, aquele que se “esforça e prevalece” em suas
lutas (Gênesis 32:28) e Jacó tornou-se alguém dotado de poder diante de Deus. O
lugar onde Jacó lutou com o anjo, ele lhe deu o nome de “Peniel” que
significa “face de Deus”, pois ao estar diante do anjo do Senhor, isso
foi à mesma coisa que ter se encontrado com o próprio Deus e, no entanto, a sua
vida fora preservada. Jacó quis saber o nome do anjo, mas isso não lhe foi
revelado.
Jacó e Esaú finalmente
encontram-se. Com medo, Jacó, envia a sua frente, suas esposas e filhos, a fim
de amaciar o coração de seu irmão, mas nada disso seria necessário, pois Esaú
não estava mais com raiva de Jacó. Na verdade todos os planos de Jacó, de
enviar presentes e apresentar a sua numerosa família não foram necessários,
porque o Senhor já havia cuidado de tudo durante os anos em que Jacó estivera
fora. Depois desse encontro os dois irmãos não se viram mais, apenas no
sepultamento de seu pai Isaque, contudo, a paz e amizade entre eles não foi mais
abalada.
Uma das coisas que mais
impressiona na vida de Jacó é que apesar de suas fraquezas e fracassos, em
muitas oportunidades, ele teve experiências sobrenaturais com Deus e que
mudaram o curso de sua vida. O propósito dessas experiências não era apenas
o de abençoa-lo, mas também envolvia a nação de Israel e a promessa messiânica.
Jacó foi um homem que passou por muitas provações, mas também recebeu muitas
bênçãos em sua vida, por buscar ao Senhor.
Sua historia é o relato de um
homem que, começando sua vida como suplantador e enganador e terminou sendo um
príncipe diante de Deus, mediante o propósito remidor do Senhor.
Ismael
O nome Ismael
significa “Deus ouve”, “Deus ouviu” ou “Deus ouvirá”. Em Gênesis 16:11 ð “Disse-lhe
ainda o Anjo do Senhor: Concebeste e derás à luz um filho, a quem chamarás
Ismael, porque o Senhor te acudiu na tua aflição.” Deus ouvira a Hagar em
seu momento de angústia. E em Gênesis 21:17, o Senhor também ouviu a voz de
Ismael. Ele não era o filho da promessa, mas isso não significa que o Senhor
não o ouviria e que não o abençoaria.
Na época de
Abraão, era muito importante para as mulheres casadas que elas tiverem filhos.
Se uma mulher casada fosse estéril, era costume ela utilizar outros meios para
dar filhos a seu marido. O meio mais comum para isso era dar a serva ou escrava
a seu marido para que esta lhe desse filho no lugar de sua mulher legítima,
essas servas ou escravas recebiam o nome de concubinas. A esposa legítima
poderia dispor não apenas de uma, mas de quantas servas fossem necessário para
prover herdeiros a seu marido. Os filhos nascidos das concubinas eram criados
pela esposa legítima, e ela tinha por sua vez controle sobre eles, que eram
tidos como filhos legítimos ou legais, da esposa legítima.
No caso de
Ismael, ele era considerado filho legal de Sara, já que sua mãe, Hagar, era
serva de Sara e envida por sua senhora (Sara) ao seu marido (Abraão) para lhe
proporcionar filhos. Segundo as leis que regulavam o processo “hereditário[1]”,
as mães escravas não poderiam prevalecer sobre a mãe livre, ou seja, sobre sua
senhora. E foi exatamente o que aconteceu entre Sara e Hagar. Hagar se sentiu
vaidosa e orgulhosa sobre Sara, ao ponto de Sara sentir-se humilhada por sua
escrava. Mas por outro lado, como foi dito anteriormente, Sara não poderia
expulsar sua serva, uma vez que esta lhe deu um filho legal com o seu marido
Abraão.
Em Gênesis
21:8-10, vemos o episódio onde Sara vai até Abraão e exige que Hagar fosse
expulsa, juntamente com o seu filho. Sara foi tomada de um violento ataque de
ciúmes quando viu Ismael “caçoar” de Isaque. Já outras versões dizem que Ismael
“brincava” com Isaque. Independente do que estava acontecendo, Sara por causa
do seu ciúme não conseguiria, mesmo que quisesse enxergar a verdade dos fatos.
Ismael cresceu no
deserto, e tornou-se arqueiro e sua mãe lhe arrumou uma mulher egípcia por
esposa. Teve 12 filhos (Gênesis 25:13-15). Em Gênesis 25:6, vemos que Abraão
deu a seu outros 6 filho presentes, o texto não diz exatamente o que seja estes
presentes, mas é bem provável que tenham sido terras, para que esses viessem a
se sustentar e vivessem confortavelmente. É bem provável que Abraão não tenha
deixado Ismael de fora, que independente das circunstâncias, era o seu
primogênito.
Quando Abraão
faleceu Ismael sepultou seu pai juntamente com seu irmão, o que indica que
mesmo em meio as suas peregrinações, ele não perdeu completamente o contato com
seu pai e irmãos, e que poderia estar residir não muito longe deles.
Nada mais é
dito a respeito de Ismael, a não ser que morreu com 137 anos de idade, que seus
12 filhos foram nomes de 12 tribos, o que nos mostra que Deus cumpriu a sua
promessa de fazer de Ismael também uma grande nação. Maalate, sua filha (não
sabemos quantas filhas Ismael teve), tornou-se uma das esposas de Esaú (Gênesis
28:9).
Ao contrário do
que muitos pensam, Ismael não foi o fundador das nações árabes, pois antes de
Ismael nascer essas tribos já existiam; mas Ismael contribuiu para a formação e
possível desenvolvimento de uma nação árabe, através de uma tribo que descendia
dele.
[1] Herdeiros e sucessão hereditária: Herdeiro é a pessoa que
a lei atribui a capacidade de suceder a pessoa que falece
(morre), comumente denominado de cujus, nos seus direitos e
obrigações. A sucessão hereditária
consiste na transferência de bens deixados por uma pessoa que já faleceu aos
seus sucessores. Os sucessores são os herdeiros previstos em lei ou em
testamentos, sendo que o nosso código civil somente admite pessoa física como
autor da herança e pessoa física ou jurídica como herdeiro, ou seja, animais
não podem herdar por testamento. Dando inicio a suceção a herança será
transferida aos herdeiros.
Isaque
A história da vida de
Isaque aparece nos capítulos 21 a 29 do livro de Gênesis. Isaque era
filho de Abraão e Sara, era filho gerado por causa de uma promessa divina e por
divina intervenção, uma vez que seus pais já eram muito idosos para que
gerassem filhos. As circunstâncias do seu nascimento o levaram a ser um símbolo
de Cristo, o Filho prometido, redentor, que está conduzindo muitos filhos de
Deus à glória.
Seu nome significa “riso”. Antes do seu nascimento podemos
perceber que muitas pessoas riram. Em Gênesis 17:17, Abraão riu quando lhe foi
revelado que ele teria um filho na sua velhice, e essa foi a mesma reação de
Sara ao saber que ficaria grávida em Gênesis 18:12. Em Gênesis 21:6, Sara disse
que muitos ririam ao saberem do que estava acontecendo em seu lar.
Isaque foi
circuncidado como um filho prometido, uma vez que a promessa se cumpriu nele, e
por ele, a promessa se perpetuaria.
Quando Isaque tinha
aproximadamente 8 anos de idade, Abraão o levou para ser sacrificado ao Senhor
no monte, na terra de Moriá. Esse fato é um dos mais difíceis textos do Antigo
Testamento para se explicar, justamente pelo fato de Deus não se igualar aos
deuses das religiões pagãs que exigiam sacrifício humano. Posteriormente, em
Levítico 18:21, os sacrifícios humanos foram severamente proibidos ð “E a tua
descendência não darás nenhum para dedicar-se a Moloque, nem profanarás o nome
de teu Deus. Eu sou o Senhor.” E a pena de morte foi imposta aos
desobedientes em Levítico 20:1-3 ð “Disse mais o
Senhor a Moisés: Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer dos filhos de
Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel, que der de seus filhos a
Moloque será morto; o povo da terra o apedrejará. Voltar-me-ei contra esse
homem, e o eliminarei do meio do seu povo, porquanto deu de seus filhos a
Moloque, contaminando, assim, o meu santuário e profanando o meu santo nome.”
Contudo, uma lição que
se sobressai a tudo isso, é a grande dedicação de Abraão ao Senhor, uma
dedicação que anula seus próprios desejos, alegrias e interesses, em favor de
estar sujeito e obediente a Deus.
Após a morte de Sara,
Abraão enviou um servo seu às terras da Mesopotâmia, a fim de encontrar ali uma
esposa para Isaque. Isso foi feito para que fossem preservados os laços raciais
de Abraão, pois as jovens da região onde Abraão vivia não eram aceitáveis. Esse
episódio nos mostra como Deus considera importante a integridade da noiva – no
nosso caso, nós, os cristãos, que somos a “noiva espiritual de Cristo” –
precisamos ser íntegros e nossos hábitos precisam ser aceitos pelos firmes
padrões de Deus. Assim se deu o casamento de Isaque com Rebeca. Eles
permaneceram casados e sem filhos durante muitos anos, mas, depois de Isaque
ter apresentado essa necessidade a Deus em oração, o Senhor os abençoou e
Rebeca deu à luz a gêmeos – Esaú e Jacó.
Jacó veio a ser o
terceiro dos três grandes patriarcas hebreus, precedido por seu pai Isaque e
seu avô Abraão, com os quais se formou o povo de Israel.
A fome e a seca,
forçou Isaque a levar a sua família para Gerar, uma terra estrangeira e
perigosa. Nessa ocasião, Isaque, assim como seu pai, Abraão, apresentou sua
mulher, Rebeca, como sendo sua irmã. Da mesma forma, as duas mulheres foram expostas
para que as vidas de seus maridos fossem mantidas em segurança. Apesar de não
vermos isso com bons olhos, por causa da nossa cultura ocidental e moderna,
essa atitude não era vista como algo ruim ou cruel nos tempos dos patriarcas.
Os chefes das pequenas tribos antigas poderiam fazer qualquer coisa que
quisessem com as mulheres do lugar, incluindo aquelas que passassem pelos seus
territórios.
Isaque estava em um
contexto de tribos selvagens e pagãs, cujos costumes eram muito diferentes dos
que temos hoje. Rebeca não era irmã, mas prima de Isaque, e a intenção de
Isaque era mesmo enganar os lideres daquela região. Rebeca estava correndo o
risco de perder a sua virtude, mas segundo o entendimento de preservação
vigente no período histórico, as vidas deles seriam preservadas, e isso era
mais importante.
Abimeleque, rei dos
filisteus, e chefe de Gerar, percebeu que Isaque e Rebeca eram casados e não
irmãos, por isso Abimeleque repreende Isaque por não contar a verdade sobre seu
real relacionamento com Rebeca. Isaque confessa ser marido de Rebeca e
Abimeleque coloca-os sobre proteção.
Isaque foi o único dos
três grandes patriarcas hebreus que nasceu na Terra Prometida e nunca a
abandonou. O relacionamento de Isaque com Deus caracterizava-se pela
passividade, pela confiança, pela submissão e pela devoção (Gênesis 22:7 e
25:21). Jacó referiu-se a Deus como “o
Temor de Isaque” (Gênesis 31:42,53), o que demonstra uma completa devoção
de Isaque a Deus. No judaísmo, Isaque simboliza a submissão do povo de Israel
para com a inescrutável[1]
vontade de Deus.
Isso pode ser somado à história de Isaque pelo fato de ele ser levado para ser
sacrificado a Deus, sem queixas e questionamentos.
Estudiosos da Bíblia
acreditam que a fraqueza do caráter de Isaque está no fato de ter mentido a
respeito de sua esposa e pelo fato de ter preferência por Esaú (pois Esaú era
caçador e satisfazia seu apetite). Mas não podemos questionar o caráter de uma
pessoa apenas por dois fatos isolados em sua história. O caráter de Isaque pode
não ter exercido nenhuma influência dominante sobre sua geração, mas foi
suficiente para conquistar o respeito e a inveja da parte de seus
contemporâneos. Isaque demonstrava ser um homem de oração e fé, coisas que
poderia ter aprendido com seu pai, Abraão.
[1] Inescrutável ð impossível
de ser investigado ou compreendido. Impenetrável, incompreensível, insondável.
Abraão
Abraão nasceu na Caldéia e estava na 9ª
geração de Sem, filho de Noé. Seu pai foi Terá que teve outros dois filhos,
Naor e Harã. Harã morreu cedo, deixando seu filho Ló, que se apegou a seu tio
Abraão. Harã deixou duas filhas, uma delas era Sara que se tornou esposa de
Abraão. O próprio Abraão disse que Sara era sua irmã apenas por parte de pai.
Abraão nasceu por volta de 2.333 a.C., em Ur,
cidade dos caldeus (Gênesis 11:28), não podemos ter certeza dessas datas
antigas, elas são tomadas de acordo com a tradição e histórias judaicas, uma
vez que não há nenhum relato a respeito de sua vida antes dos 70 anos de idade.
A arqueologia moderna identifica a cidade de Ur
como Tell el-Muquyyar (nos dias atuais), a beira do rio Eufrates, no sul do
Iraque. Terá, pai de Abraão, viajou cerca de 1.000 quilômetros até Harã,
localizada a beira do rio Balique.
Abraão tinha 70 anos de idade quando sua família
deixou Ur e foi para Harã. Não há relatos históricos do motivo dessa imigração,
contudo, o historiador Josefo acredita que foi a tristeza pela morte de seu
filho Harã que levou Terá a se mudar.
Com 75 anos de idade Abraão, sua esposa Sara e seu
sobrinho Ló, deixam Harã e foram para Canaã – após Abraão ser visitado pelo
Senhor. Canaã fica a aproximadamente 650 quilômetros de Harã. A região de Canaã
era uma área montanhosa e pouco ocupada, com uma população muito pequena. As
cidades de Mispa, Gibepa, Siquém, Betal, Dotã, Gerar, Jerusalém (chamada de
Salém), Beerseba e outras, não são mencionadas como locais habitados nos tempos
de Abraão e o período da historia antiga a que o texto se refere é à Idade
Média do Bronze (cerca de 2.000 a 1.500 a.C).
Durante a sua jornada, Abraão, Sara e Ló passaram por
Siquém e Betel. Eles iriam ficar no Neguebe, mas por causa de escassez de
alimentos, continuaram até o Egito. No Egito a beleza de Sara atraiu a atenção
de Faraó, mas por providência divina nenhum mal veio a ocorrer. Após esse fato,
voltaram para o Neguebe (Gênesis 12:1-20). Mais à frente Abraão, Sara e Ló
mudaram-se para a região de Betel, mas a prosperidade de Abraão e Ló fizeram
com que os dois se separassem. Ló escolhe ir para o vale do Jordão, passando a
residir na cidade de Sodoma. E Abraão foi para as áreas do Hebrom.
Por ainda não ter nenhum herdeiro, Abraão nomeou
Eliézer, de Damasco, seu herdeiro. Isso era possível, porque as leis vigentes
da época permitiam que um homem pudesse adotar um homem servo ou escravo, ou
qualquer outra pessoa, para ser seu herdeiro. E também era permitido obter um
herdeiro através de uma concubina ou esposa-escrava, contudo, a concubina não
poderia tomar o lugar da esposa na casa, mas a esposa também não poderia
expulsar a concubina. Isso explica a relutância de Abraão em expulsar Hagar e
seu filho, somente uma ordem divina poderia revogar essa lei, foi o que
aconteceu com Abraão.
Deus prometeu a Abraão, mediante uma aliança, um
filho e a posse da terra onde estavam (Gênesis 15:1-21). Após 10 anos, sem o
nascimento do filho, Sara deu Hagar como concubina a Abraão, assim nasceu
Ismael.
Deus muda o nome de Abraão. Anteriormente era Abrão
(“pai das alturas” ou “pai elevado”), passando a ser chamado
de Abraão (“pai de multidões”). Seu
nome foi mudado como sinal da aliança que o Senhor fizera com Abraão. A
circuncisão foi instituída como sinal da aliança de Deus com Abraão. A
circuncisão era uma prática comum na época, mas Deus tornou-a como o sinal do
pacto (da aliança entre Ele e o homem – “Abraão”). Quando Abraão estava com 100
anos de idade Isaque nasceu (Gênesis 21:1ss).
Quando Abraão passava pelas terras do Egito, uma
coisa muito estranha para nossos costumes aconteceu. Anteriormente, um rei
local tinha autoridade para dispor das vidas de todas as pessoas que estavam sob
o seu domínio, incluindo as mulheres, casadas ou solteiras, e até mesmo aqueles
que meramente estivessem de passagem pelos seus domínios. Provavelmente, Abraão
dissera que Sara era sua irmã, por temer ser morto por Faraó caso este soubesse
que eram casados, e desejasse incluir Sara em seu harém. Abraão arriscou a
liberdade de Sara para salvar a sua vida. Contudo, por intervenção divina Sara
foi devolvida a seu marido, e a vida de Abraão foi preservada.
Na época de Abraão ainda havia a prática de
sacrifícios humanos, era uma época de muita idolatria e muitos cultos místicos
e muitos deuses entre as nações existentes – Abraão nasceu e viveu debaixo
dessa cultura. Alguns estudiosos acreditam que Abraão pode ter feito uma má
interpretação das palavras de Deus para ter ido ao monte levar seu filho para
ser sacrificado, uma vez que não era prática divina requerer esse tipo de
sacrifício, que Deus jamais pediria uma vida humana, mesmo em uma prova de fé.
Contudo, há uma explicação para tal fato: Isaque era o filho da promessa, assim
como Jesus era o filho da promessa. Vemos em Isaque uma sombra daquilo que
Jesus faria pela humanidade. Não havia a necessidade de Isaque ser sacrificado,
pois o verdadeiro cordeiro de Deus já havia sido imolado antes da fundação do mundo.
Deus era o provedor do cordeiro. Deus proveu o cordeiro para Abraão sacrificar,
assim como Deus proveu por meio de Jesus, o Cordeiro de Deus para morrer pelos
nossos pecados, não só pelos nossos, mas de toda a humanidade (1ª João 2:2 ð “e Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos
próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.”)
Sara faleceu com 126 anos de idade e foi sepultada
na caverna do campo de Macpela (Gênesis 23:1ss), o local passou a ser local de
sepultamento da família, perto do monte Hebrom. Após a morte de Sara, Abraão
casa-se novamente com Quetura (Gênesis 25:1ss) e esta deu a luz a Zinrã, Jocsã,
Medã, Midiã, Isbaque e Suá.
Abraão faleceu com 175 anos de idade, e foi
sepultado por seus dois filhos, Ismael e Isaque.
Independente de suas falhas, Abraão tem sido
reconhecido como um dos maiores líderes espirituais da humanidade, como homem
de fé inabalável, por muitas religiões como a judaica, a cristã e a islâmica.
Abraão desfrutava de uma intimidade muito grande com Deus (Gênesis 18:33;
24:40). Sua fé era demonstrada pela sua obediência a Deus.
·
Gênesis 11:31 e 15:7 ð o incidente em Ur
·
Gênesis 12:1ss ð a partida de Harã
·
Gênesis 13:15 e 15:18 ð aceitou viver onde o Senhor o enviasse
·
Gênesis 22:12 e
Hebreus 11:9 ð o sacrifício de Isaque e a confiança em sua
ressurreição
·
Gênesis 17:19 ð os cuidados de Abraão por sua família
·
Gênesis 18:2-8, 21:8,
13:8 e 14:23 ð era generoso e hospitaleiro
Abraão tornou-se pai da raça espiritual,
representando um aspecto da missão de Cristo como Cabeça da raça e Restaurador
de todas as coisas (Efésios 1:10). Sua incontável posteridade simboliza as
famílias que pertencem a Cristo. A expulsão de Hagar representa a rejeição
divina dos não-herdeiros, aqueles que estão sob a lei e não entram no estado da
graça por meio de Jesus Cristo. Sua aliança com Deus é um tipo de aliança entre
Deus e os homens, por meio de Jesus Cristo. Abraão representa os verdadeiros
crentes, que abandonam a idolatria e seguem a Deus, quando chamados, sem
questionar.
Adão
1. Conceito bíblico-literal:
Biblicamente falando, Adão é o primeiro homem e pai
da raça humana. O nome Adão vem de uma palavra hebraica “adamah”, e singnifica “terra”, a substância de onde
o corpo físico de Adão foi formado.
Na teologia judaica, Adão representa, o inicio de
toda a humanidade. Ele representa a inclinação humana para a fraqueza e o
pecado, embora originalmente o homem tivesse sido dotado de virtude.
Adão foi um homem real, de fato o primeiro homem da
raça humana. Ele veio a existir por um ato especial da criação, e não por um
processo evolutivo. A mulher foi realmente formada de uma costela extraída do
homem. A queda no pecado aconteceu exatamente como está nos relatos bíblicos,
por meio da tentação de uma serpente capaz de falar.
Mediante cálculos derivados de Gênesis, por meio
das genealogias, a Terra deve ser ter aproximadamente 7.000 anos de idade.
2. Conceito bíblico-literário:
Adão foi um personagem histórico e real, mas as
genealogias dos hebreus são incompletas e não nos dão exatidão absoluta em seus
registros. Biblicamente não há como reconstruir a cronologia. Contudo, tendo
sido Adão o primeiro homem da raça humana, pode ter sim, existido criaturas
similares ao homem. Descobertas científicas nos tem apresentado essas raças
pré-adâmicas.
Entre Gênesis 1:1 e Gênesis 1:2 (“No principio,
criou Deus os céus e a terra. A terra, porem, estava sem forma e vazia; havia
trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas.”)
pode haver um grande intervalo de tempo que nos ajudam a explicar as outras
raças de seres similares aos homens e animais que não mais existem. Estudiosos
acreditam que houve uma criação original que entrou em caos e posteriormente houve
uma recriação, quando apareceu então, a raça humana.
Essa linhagem humana começou com Adão, mas como foi
dito, poderia ter havido numerosas outras raças sobre face da terra, as quais
não temos informações bíblicas sobre elas, pelo fato de essas raças não serem
importantes espiritualmente para nós, crentes no Senhor Jesus. Esse espaço
entre Gênesis 1:1 e Gênesis 1:2 é um espaço suficiente e necessário para que os
cientistas encaixem as descobertas geológicas[1]
e paleontológicas[2] com
respeito a criação e o povoamento do Planeta Terra.
3. O Jardim do Éden:
Na região da Mesopotâmia[3]
há mitos que narram as origens do homem e os anos iniciais e que formaram a
humanidade. Esses mitos são muito parecidos com alguns relatos do livro de
Gênesis. O Éden é descrito como um deserto com um oásis. Dentro desse oásis, o
homem teria sido criado, na região do Oriente Médio, onde a água é muito
escassa e muito valorizada.
Alguns eruditos tem feito grandes tentativas para
descobrir a verdadeira localização do Jardim do Éden, assim como os 4 rios
mencionados no livro de Gênesis (Pisom, Giom, Hidequel e Eufrates). Mas as
mudanças topográficas[4]
da terra dificultam a identificação geográfica do Éden.
Três sugestões tem sido feitas, contudo, nenhuma
delas pode ser considerada exata.
·
Na Armênia[5].
·
Na Babilônia, peto do
Golfo Pérsico.
·
Perto do Polo Norte,
esse deve ser a primeira a ser descartada, pois não há vegetação nesta região
que se assemelhe às narrativas bíblicas em Gênesis com relação ao Éden.
[1] Geologia, do grego γη- (ge-, "a terra") e λογος (logos, "palavra",
"razão"), é a ciência que estuda a Terra, sua composição, estrutura, propriedades físicas, história e os processos
que lhe dão forma. É uma das ciências da
Terra. O geólogo ajuda a localizar e a gerir os recursos naturais, como o petróleo e o carvão, assim como metais como o ouro, ferro, cobre e urânio, por exemplo.
[2] A Paleontologia (do grego palaiós, antigo + óntos, ser + lógos,
estudo) é a ciência natural que estuda a vida do passado da Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como os processos
de integração da informação biológica no registro geológico, isto é, a formação
dos fósseis.1 O cientista responsável pelos estudos dessa ciência é denominado de paleontólogo.
Os restos e indícios de vida sobre a terra são denominados fósseis e constituem o objecto de estudo da Paleontologia.
Os restos e indícios de vida sobre a terra são denominados fósseis e constituem o objecto de estudo da Paleontologia.
A Paleontologia desempenha um papel importante nos dias
de hoje. Já não é a ciência hermética (fechada), restrita aos cientistas e
universidades. Todos se interessam pela história da Terra e dos seus habitantes
durante o passado geológico, para melhor conhecerem as suas origens.
O objeto imediato de estudo da Paleontologia são os fósseis, pois são eles que, na atualidade, encerram a informação
sobre o passado geológico do planeta Terra. Por isso se diz frequentemente que
a Paleontologia é, simplesmente, a ciência que estuda os fósseis. Contudo, esta
é uma definição redutora, que limita o alcance da Paleontologia, pois os seus
objetivos fundamentais não se restringem ao estudo dos restos fossilizados dos
organismos do passado. A Paleontologia não procura apenas estudar os fósseis, procura também, com base neles, entre outros aspectos,
conhecer a vida do passado geológico da Terra.
Uma vez que os fósseis são objectos geológicos com origem
em organismos do passado, a Paleontologia é a disciplina científica que
estabelece a ligação entre as ciências geológicas e as ciências biológicas. Conhecimentos acerca da Geografia são de suma importância para a paleontologia, entre
outros, através desta pode relacionar-se o posicionamento e distribuição dos
dados coligidos pelo globo.
[3]
A Mesopotâmia (do grego Μεσοποταμία: μεσο/meso, meio, e ποταμός/potamós, rio, ou seja "terra entre dois rios")
é uma região de interesse histórico e geográfico mundial. Trata-se de um planalto de origem vulcânica localizado no Oriente Médio, delimitado entre os vales dos rios Tigre e Eufrates, ocupado pelo atual território do Iraque e terras próximas. Os rios desembocam no Golfo Pérsico e a região toda é rodeada por desertos.
Inserida na área do Crescente Fértil - de Lua crescente, exatamente por
ela ter o formato de uma Lua
crescente e de ter um solo fértil -, uma região do Oriente Médio excelente para a agricultura, exatamente num local onde a maior parte das terras
vizinhas era muito árida para qualquer cultivo, a Mesopotâmia tem duas regiões
geográficas distintas: ao Norte a Alta Mesopotâmia ou Assíria, uma região bastante montanhosa, desértica, desolada, com escassas pastagens, e ao Sul
a Baixa
Mesopotâmia ou Caldeia, muito fértil em função do regime dos rios, que nascem
nas montanhas da Armênia e desaguam separadamente no Golfo Pérsico.
O termo também designa o estudo do período histórico
entre o III e o I milênios a.C., quando a região desenvolveu uma cultura em
comum e apresentou momentos variáveis de unificação territorial, desde o
surgimento das primeiras cidades, como Ur e Uruk até o fim da dominação
persa.
[4]
Topografia (do grego τόπος, topos,
que significa "lugar", "região", e γράφω, grapho,
que significa "descrever", portanto "descrição de um
lugar") é a ciência que estuda todos os acidentes
geográficos definindo a
sua situação e localização na Terra ou outros corpos astronómicos incluindo planetas, luas, e asteroides.
[5] A Arménia é povoada desde os tempos pré-históricos e era o suposto local do Jardim do Éden bíblico. O país se localiza no planalto ao entorno da montanha bíblica do Ararate. Segundo a tradição judaico-cristã, foi o local onde a Arca de Noé encalhou após o Dilúvio. Arqueólogos continuam a descobrir que o planalto arménio está no meio de locais onde estariam
civilizações primitivas e talvez sejam os mesmos locais onde nasceram a agricultura e a civilização. De 6 000 a.C. a 1 000 a.C., ferramentas como lanças, machados e ninharias de cobre, bronze e ferro eram comumente produzidos na Arménia e trocados nas terras vizinhas onde
esses metais eram menos abundantes.
A Armênia é um país sem costa marítima localizado numa região montanhosa na Eurásia, entre o mar Negro e o mar Cáspio, no sul do Cáucaso. Faz fronteira com a Turquia a oeste, Geórgia a norte, Azerbaijão a leste, e com o Irão e com o enclave de Nakhchivan (pertencente ao Azerbaijão) ao sul.
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