Panorama Bíblico

Panorama Bíblico – 1ª Coríntios
1.     Título e Autoria:
Coríntios, a mais importante cidade da Grécia durante os dias de Paulo era um centro comercial mundial sobrecarregado de trabalho, cultura destituída de honra e religião idólatra. Foi aí que Paulo fundou uma igreja (Atos 18:1-17), e duas de suas cartas foram destinadas “à igreja de Deus que está em Corinto”.
O título era “Primeira aos Coríntios”, isso sem dúvida devido à segunda carta escrita por Paulo.
É conferido a Paulo quase que universalmente a autoria de 1ª Coríntios. 
2.  Data e cenário:
Corinto era uma cidade-chave da Grécia antiga até ser destruída pelos romanos em 146 a.C. Júlio César a reconstruir como uma colônia romana em 46 a.C., e ela cresceu e prosperou, tornando-se a capital da província da Acaia. Seu idioma oficial era o latim, mas o idioma comum permaneceu sendo o grego.
Nos dias de Paulo, Corinto era a metrópole do Peloponeso, uma vez que ficava estrategicamente localizada num estreito istmo (faixa de terra que liga uma península a um continente) entre o mar Egeu e o mar Asiático, conectando o Peloponeso com o norte da Grécia.
Em decorrência de seus 2 portos, ela se tornou um centro comercial, e muitos navios de pequeno porte se arrastavam lentamente ou dragavam no istmo coríntio procurando evitar a arriscada viagem de mais de 300 km cortando o sul da Grécia.
Nero e outros tentaram construir um canal no ponto mais estreito, mas o empreendimento não se concretizou até 1893. A cidade se encheu de lugares sagrados e templos, porém o mais proeminente foi o Templo de Afrodite no topo de um promontório (cabo formado de rochas elevadas), a certa de 450 metros de altitude, chamado de Acrocorinthus.
Nos dias de Paulo, a população de Corinto se aproximou de 700 mil habitantes, sendo que dois terços se compunham de escravos. A população diversificada não produziu filósofos, mas a filosofia grega influenciou bastante. 
3.  Tema e propósito:
O tema básico desta epístola é a aplicação dos princípios cristãos no âmbito individual e social. A cruz de Cristo é uma mensagem que se destina a transformar a vida dos crentes e torná-los diferentes, como pessoas e como uma associação, em todo o mundo. 
4.  Chaves para 1ª Coríntios:
*      Palavra-chave: “Correção
*      Versículos-chave: 1ª Coríntios 6:19-20 r 10:12-13.
*      Capítulo-chave: Capítulo 13 – A leitura de 1ª Coríntios 13 em cerimônias de casamento e com frequência como texto para sermões, conquistando o coração de pessoas pelo mundo fora, tem sido a melhor definição de “amor” já formulada. Pondo-se em frontal contraste com a ideia de que amor é uma emoção, ou de que alguém pode cair de amores, este capítulo claramente revela que o verdadeiro amor e primariamente uma ação. Esta é a razão por que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho...” (João 3;16)  
5.  Contribuição à Bíblia:
Esta epístola é extremamente prática, e focaliza as questões básicas de caráter social, moral e espiritual. Diferentemente de Romanos, 1ª Coríntios não tem elegância em suas questões; é clara, enérgica e sem adorno. A inusitada simplicidade e franqueza desta carta se adapta ao seu conteúdo prático. A fraseologia não é complicada, e Paulo amplia vigorosamente seus pensamentos, fazendo uso de muitos artifícios literários (narrativas, sarcasmos, apelos, etc.). 
6.  Vista panorâmica de 1ª Coríntios:
Através dos empreendimentos missionários de Paulo e outros, a igreja fora estabelecida em Corinto, mas Paulo descobre ser muito difícil manter Corinto fora da igreja. O estilo de vida pagã de Corinto exerce profunda influência nos cristão que vivem no seio dessa cidade corrupta – problemas de vários tipos se alastram progressivamente ali.
Nesta carta disciplinar, Paulo se vê obrigado a exercer sua autoridade apostólica ao tratar com problemas de dissensão, imoralidade, litígios, egoísmo, mau uso da Ceia do Senhor, dons espirituais e negação da ressurreição.
Esta epístola é bem ordenada em sua abordagem, ao tratar sequencialmente de um grupo de problemas que chamaram a tentação de Paulo. Este por sua vez apresenta uma série de perspectivas a várias perguntas e questões levantadas pelos coríntios numa carta.
Ao delinear estes tópicos, ele usa a frase introdutória: “Ora, no tocante” (7:1 e 25; 8:1; 11:2; 12:1; 16:1). As três divisões de 1ª Coríntios são:
a.            Resposta ao relato de Cloe sobre dissensões ( 1 a 4).
b.            Resposta ao relato sobre fornicação (5 a 6).
c.            Resposta à carta contendo perguntas (7 a 16)
 
 
Panorama Bíblico – Juízes
1.     Título e Autoria:
O livro de Juízes é um contraste com Josué. Em Josué um povo obediente conquistou a terra mediante a confiança no poder de Deus. Em Juízes, contudo, um povo desobediente e idólatra é derrotado repetidas vezes em virtude de sua rebelião contra Deus.
Em 7 ciclos distintos de pecado à salvação, Juízes mostra como Israel se afastou da lei de Deus e em seu lugar pôs “o que era reto aos seus  próprios olhos” (Juízes 21:25). O resultado decorrente do abandono da lei de Deus é corrupção por dentro e opressão por fora.
Durante quase 4 séculos, Deus suscita campeões militares para despedaçar o jugo de escravidão e restaurar a nação à pureza do culto. Mas assim que o “ciclo de pecado” recomeça, a temperatura espiritual da nação se torna imediatamente mais fria.
O título do livro – “Juízes” - significa “juízes, governadores, libertadores ou salvadores”.
O autor de Juízes é anônimo, mas Samuel ou algum de seus alunos profetas poderiam tê-lo escrito. A tradição judaica diz que Samuel é o autor do livro. 
2.  Data e cenário:
Se Juízes não foi escrito por Samuel, pelo menos foi escrito por um de seus contemporâneo entre 1043 a.C., (princípio do reina de Saul) e 1004 a.C., (captura de Jerusalém pelas mão de Davi.
Os eventos relatados em Juízes se estendem de 1380 a.C. a 1043 a.C. (cerca de 335 anos), mas o período dos juízes avança outros 30 anos, visto que inclui a vida de Samuel (1 Samuel 1: 1 a 25:1).
 
3.  Tema e propósito:
O propósito histórico do livro é conservar a história de Israel desde a morte de Josué até o tempo de Samuel e o início do reino unido. Foi escrito durante o reinado de Saul ou durante os primeiros 7 anos de reinado de Davi, e fornece uma explicação e defesa da monarquia de Israel. A nação necessitava ser unificada sob um rei justo.
Juízes faz marcante contraste entre a idolatria, a imoralidade e a violência de Israel e a fidelidade pactual de Deus e o gracioso livramento do povo. Em seu paciente amor, Deus perdoava o povo toda vez que este se arrependia. Israel amiúde agia com insensatez, ingratidão, obstinação e rebelião, e isso o levava à ruína. O pecado sempre conduz ao sofrimento, e o arrependimento sempre conduz ao livramento. 
4.  Chaves para Juízes:
*      Palavra-chave: “Ciclos
*      Versículos-chave: Juízes 2:20-21 e 21:25.
*      Capítulo-chave: Capítulo 2 – o segundo capítulo de Juízes é uma miniatura de todo o livro quando registra a transição da geração santa para a geração ímpia, a forma dos ciclos e o propósito de Deus em não destruir os cananeus. 
5.  Contribuição à Bíblia:
Juízes registra o fracasso da teocracia (liderança de Deus) devido à falta de fé e obediência. Os israelitas foram desleais ao seu divino Rei, e por fim acharam mais fácil seguir um rei terreno. Juízes se põe em nítido contraste com Josué. 
6.  Vista panorâmica de Juízes:
Em seguida a morte e Josué, Israel mergulha na Era das Trevas durante 350 anos. Depois que Josué e a geração das conquistas passaram, “outra geração após ela se levantou, que não conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que ele fizera a Israel”. Juízes tem inicio com a descrição da deterioração de Israel, prossegue com 7 ciclos de opressão e livramento e termina com duas ilustrações da depravação de Israel. 
Ciclos
Opressor
Anos de opressão
Libertador
Anos de Paz
(3:7-11)
Mesopotâmicos
8
Otniel
40
(3:12-30)
Moabitas
18
Eúde
80
Período sem detalhe
 (3:31)
Filisteus
---
Sangar
---
(4:1 – 5:31)
Cananeus
20
Débora e
Baraque
40
(6:1 – 8:32)
Midianitas
7
Gideão
40
(8:33 – 10:5)
Abimeleque
3
Tola e
Jair
45
(10:6 – 12:15)
Amonitas
18
Jefté, ibsã, Elom e Abdom
6, 7, 10 e 8 anos
(13:1 – 16:31)
Filisteus
40
Sansão
20
            
Treze juízes são mencionados neste livro, mas em 1 Samuel outros quatro são mencionados: Eli, Samuel, Joel e Abias.
 
 
Panorama Bíblico – Romanos
1.     Título e Autoria:
Romanos é a maior obra de Paulo, encabeça suas treze epístolas no Novo Testamento. Enquanto os quatro evangelhos apresentam as palavras e obras de Jesus, Romanos explora a significação de sua morte sacrificial. Usando o método de perguntas e respostas, Paulo registra a mais sistemática apresentação doutrinária da Bíblia.
Romanos é mais que um livro de teologia, é também um livro de exortações práticas. As boas novas de Jesus Cristo são mais que fatos a serem cridos; são também uma vida a ser vivida – uma vida de justiça condizente com a pessoa “justificada gratuitamente por sua graça pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:24).
Ainda que alguns manuscritos omitam as palavras “em Roma”, no capítulo 1, versículo 7 e 15, o título “Aos Romanos”, tem sido associado à epístola quase desde o início.
Todas as escolas teológicas concordam quanto à autoria paulina (1:1) deste livro fundamental. O vocabulário, o estilo, a lógica e o desenvolvimento teológico são consistentes com as outras epístolas de Paulo. Este ditou esta carta a um secretário chamado Tércio (16:22), a quem foi permitido adicionar sua própria saudação.
 
2.  Data e cenário:
Paulo fundou a igreja em Roma, e a tradição de que Pedro foi seu fundador contraria as evidências. É possível que essa igreja tenha começado quando alguns dos judeus e prosélitos ao judaísmo, os quais se tornaram seguidores de Cristo no Dia de Pentecostes (Atos 2:11), regressaram a Roma; porém é mais provável que cristãos das igrejas estabelecidas por Paulo na Ásia, Macedônia e Grécia tenham passado a residir em Roma e levado outro a Cristo. Segundo esta epístola, os gentios eram predominantes na igreja de Roma, mas havia também crentes judeus.
Roma foi fundada em 753 a.C., e nos dias de Paulo era a maior cidade do mundo, com mais de um milhão de habitantes. Era repleta de edifícios suntuosos, mas a maior parte da população se compunha de escravos: riqueza e miséria coexistiam em Roma. A igreja em Roma era bem conhecida e foram estabelecidas havia diversos anos ao tempo desta carta. Os crentes ali eram provavelmente numerosos, e evidentemente se encontravam em diversos lugares.
Paulo escrever a epístola aos Romanos em 57 d.C., próximo ao fim de sua terceira viagem missionária. A epístola foi evidentemente escrita durante sua permanência de três meses na Grécia (Atos 20:3 a 6), mas especificamente em Corinto.
 
3.  Tema e propósito:
O tema de Romanos se encontra no capítulo 1: 16 e 17. Deus oferece o dom de sua justiça e todos quantos vêm a Cristo pela fé. Paulo escreveu Romanos com o fim de revelar o soberano plano divino de salvação (1 a 8), a fim de mostrar como judeus e gentios fazem parte desse plano (9 a 11) e para exortá-los a viver de forma justa e harmoniosa (12 a 16). Em sua ampla apresentação o plano divino de salvação, Paulo se move da condenação à glorificação, e da verdade posicional à verdade pratica. Palavras-chave como Justiça, Fé, Lei, Todos e Pecado aparecem, cada um delas, pelo menos sessenta vezes nesta epístola.
 
4.  Chaves para Romanos:
*      Palavra-chave: “Os Justos
*      Versículos-chave: Romanos 1:16-17 e 3:21 a 25.
*      Capítulos-chave: Capítulo 6 a 8 – As respostas as pergunta sobre como ficar livro do pecado, como ter uma vida equilibrada debaixo da graça, e como cultivar a vida cristã vitoriosa pelo poder do Espírito Santo, estão todas contidas aqui. Muitos consideram esta como sendo a principal passagem sobre a conformação à imagem de Jesus Cristo.
 
 
5.  Contribuição à Bíblia:
Romanos não foi a primeira epístola de Paulo, mas foi colocada no início por ser a maior delas e porque fornece um fundamento doutrinal sobre o qual as outras epístolas são constituídas. A epístola de Paulo aos Romanos certamente influenciou a subsequente história da igreja mais que qualquer outra epístola.
 
6.  Vista panorâmica de Romanos:
 O tema da justiça que percorre todo o livro se reflete no seguinte esboço:
                       i.        A revelação da justiça de Deus – Romanos 1 a 8.
                     ii.        A vindicação da justiça de Deus – Romanos 9 a 11
                   iii.        A aplicação da justiça de Deus – Romanos 12 a 16
O Livro combina três conceitos muito importantes para o cristão: Salvação, Justiça e fé.
Salvação: o crente é salvo da penalidade do pecado (passado), do poder do pecado (presente) e da presença do pecado (futuro); e é salvo para uma nova posição, uma nova vida e uma entrada na presença celestial de Deus.
Justiça: esta fala da perfeita conformidade com um padrão imutável; o pecador que confia em cristo recebe a justiça de Cristo em sua posição diante de Deus.
Fé: como o instrumento para a salvação e o dom gracioso de Deus, a fé inclui o reconhecimento da necessidade e da confiança unicamente em Cristo para a salvação.
Paulo reconhece que a conduta deve ser edificada sobre a fé, e esta é a razão por que as exortações práticas desta epístola aparecem depois de seu ensino sobre a posição dos crentes em Cristo. A salvação descria nos primeiros 11 capítulos deve transformar a vida de um cristão em relação a Deus, à sociedade, aos poderes governamentais e ao próximo.
Paulo discute todo o conceito da liberdade cristã, anotando seus princípios e sua pratica. Uma vida transformada não é uma condição pra a salvação, mas deve ser o produto natural da fé salvífica. A epístola termina com a declaração de Paulo acerca de seus planos, uma longa séria de saudações pessoais e uma admoestação seguida de uma saudação final.
 
 
 
 
Panorama Bíblico – Josué

1.     Título e Autoria:

Josué é o primeiro dos 12 livros históricos, forma um elo de ligação entre o Pentateuco (os 5 primeiros livros da Bíblia – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) e o restante da história de Israel.
Através de 3 grandes campanhas militares, envolvendo mais de 30 exércitos inimigos, o povo de Israel aprende uma crucial lição sob a capaz liderança de Josué;  a vitória vem através da fé em Deus e da obediência à sua Palavra, e não propriamente através do poderio militar ou da superioridade numérica.
O título do livro vem da figura central, Josué e significa “salvação”. Seu nome simboliza o fato de que, embora Josué fosse o líder da não israelita durante a conquista, o Senhor é o Conquistador.
A tradição judaica atribui a Josué a autoria deste livro, mas é um fato que ainda não pode ser provado. Mas em Josué 24:26 diz: “Então Josué escreveu estas palavras no Livro da Lei de Deus.” 

2.  Data e cenário:

O livro se divide em 3 áreas geográfica:
a.            O rio Jordão – (capítulos 1 a 5) – O cenário começa a leste do Jordão quando Josué substitui Moisés, cruza o Jordão em terra seca e finalmente se prepara para a guerra a oeste do Jordão.
b.            Capítulos 6 a 13:7 – Como sábio general, Josué utiliza a estratégia de dividir e conquistar; e sua campanha o conduz à Canaã central (6 a 8), ao sul de Canaã (9 a 10) e finalmente ao norte de Canaã (11 a 12). Depois de registrar as áreas que ainda deveriam ser conquistadas (13: 1 a 7), Josué empreende a longa tarefa de dividir a Terra Prometida a todas as tribos.
c.            As 12 tribos situadas em ambas às margens do Jordão (capítulos 13:8 a 24:33)

O livro de Josué não pode ser datado de forma precisa, mas, utilizando a mesma divisão (três partes) acima, as seguintes datas podem ser:
a.            Um mês, março a abril, 1405 a.C. (capítulos 1 a 5)
b.            Sete anos, abril, 1405 a 1398 a.C. (capítulos 6 a 13:7)
c.            Oito anos, 1398 a 1390 a.C. (13:8 a 24:33) 

3.  Tema e propósito:

O tema de Josué é Israel tomando pose da Terra Prometida e desfrutando das bênçãos divinas por meio da fé obediente.

O propósito histórico de Josué é documentar a conquista de Canaã pelos israelitas sob a liderança de Josué. Teologicamente, Josué ensina que a vitoria e a benção decorrem da obediência e confiança em Deus. A fé ativa leva à obediência, que por sua vez traz benção. Deus exigia que o povo tentasse o impossível em submissão as suas diretrizes, antes que o sucesso lhes fosse possível. O livro enfatiza a fidelidade pactual de Deus às suas promessas relativas a uma terra para Israel, e a santidade de Deus em trazes juízo sobre os imorais cananeus.

4.  Chaves para Josué:

*      Palavra-chave: “Conquista

*      Versículos-chave: Josué 1:8 e 11:23.

*      Capítulo-chave: Capítulo 24 – Alguns dos mais importantes períodos na história de Israel são as transições de liderança: Moisés a Josué; Josué aos juízes; os juízes aos reis, e assim por diante. Antes de sua morte e em preparação para a maior transição de liderança, de um homem (Josué) a muitos (os juízes), Josué recapitula para o povo o cumprimento das promessas divinas e então os desafia a examinar seu compromisso com o pacto (24:24-35), o qual é o fundamento para toda a vida nacional bem-sucedida. 

5.  Contribuição à Bíblia:

Josué age como um elo histórico que continua a história inacabada no Pentateuco. É uma história teológica que ensina lições morais e espirituais ao conduzir Israel do deserto ao tempo dos juízes. Em Gênesis, o povo de Deus foi preparado; em Êxodo, foi redimido; em Levítico, foi instruído; e em Números, fracassou no teste divino em Cades-Barnéia. A nova geração foi instruída em Deuteronômio e testada em Josué (Jericó). Desta vez ele passou no teste de crer e receber as bênçãos divinas. Israel se movia da instrução para a possessão; da visão para a aventura. Um dos conceitos-chave em Josué é a importância da Palavra de Deus escrita. 

6.  Vista panorâmica de Josué:

Josué resume a narrativa onde Deuteronômio foi interrompido, e conduz Israel do deserto à Terra Prometida. Israel uma vez mais alcançou seu clímax no cumprimento da antiga promessa dada em Gênesis de uma pátria.
·         A primeira metade de Josué (1:1 a 13:7) descreve os sete anos de conquista da terra.
·         A segunda metade (13:8 a 24:33) fornece os detalhes da divisão e do assentamento da terra.

 
 
 
Panorama Bíblico – Atos

1.     Título e Autoria:

As últimas palavras registradas de Jesus vieram a ser conhecidas como a Grande Comissão ð “...Ser-me-eis testemunhas em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1:8). O Livro de Atos escrito por Lucas é a história dos homens e mulheres que levaram essa Comissão a sério e passaram a difundir as novas de um Salvador ressurreto aos recantos mais remotos do mundo então conhecidos.
Como o segundo volume de uma obra de duas partes escrita por Lucas, este livro provavelmente não tinha um título separado. Mas todos os manuscritos gregos disponíveis o chamam de “Atos” ou “Atos dos Apóstolos”. 

2.  Data e cenário:

As descobertas arqueológicas do século XX têm confirmado extraordinariamente a fidedignidade e precisão de Lucas como historiador, e mostram que sua obra deve ser datada dentro do primeiro século. O término impressionantemente abrupto de Lucas, com Paulo aguardando o julgamento em Roma, tem levado muitos a crer que Atos foi completado antes do julgamento de Paulo – por volta do ano 62 d.C. Se porventura o livro foi escrito depois deste evento, por que Lucas não mencionou o resultado do julgamento? Lucas poderia ter tido uma razão, mas a explicação mais simples de seu silêncio é que Paulo não havia ainda comparecido diante de César. Atos não apresenta nenhuma ideia da perseguição sob Nero (64 d.C.), da morte de Paulo (68 d.C) ou da destruição de Jerusalém (70 d.C). 

3.  Tema e propósito:

Embora existam 4 narrativas da vida de Jesus, este é o único livro que dá seguimento à história, da Ascensão ao período sãs Epístolas do Novo Testamento. Portanto, Atos é o elo histórico entre os Evangelhos e as Epístolas.
Atos foi escrito para traçar o desenvolvimento do corpo de Cristo na transição de uma geração primariamente judaica para a membresia predominantemente gentílica.
 

4.  Chaves para Atos:

*      Palavra-chave: “Crescimento da Igreja
*      Versículos-chave: Atos 1:8; 2:42 a 47.
*      Capítulo-chave: Capítulo 2 – Este capítulo registra os eventos tremendos do Dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu, cumprindo a promessa de Cristo, dizendo que esperassem até a chegada do Espírito Santo para que fossem fortalecidos e dessem testemunho. O Espírito Santo transforma um pequeno grupo de homens temerosos numa igreja florescente e de alcance mundial, que está sempre se movendo para a Grande Comissão e lutando para concretizá-la. 

5.  Contribuição à Bíblia:

Atos é valioso como fundo histórico para a maioria das Epístolas. Sem ele, as Epístolas seriam de difícil compreensão, e a história da igreja primitiva seria muito limitada e fraca em suas informações.  

6.  Vista panorâmica de Atos:

Lucas começa o Livro de Atos exatamente no ponto onde terminou seu Evangelho. Atos registra o cumprimento inicial da Grande Comissão de Mateus, conforme traça o nascimento e crescimento da igreja do Novo Testamento. O livro descreve importantes eventos na história primitiva do cristianismo, desde a ascensão de Cristo até o derramamento do Espírito Santo, num rápido progresso do evangelho, começando em Jerusalém e difundindo-se por todo o Império Romano.
Em Atos os discípulos são transformados e se enchem de coragem para proclamar a nova e abrasadora mensagem do Salvador ressurreto.
Quando mais a igreja crescia e se fortalecia, mais ela experimentava as perseguições. Não apenas os judeus se convertiam, mas os gentios também, em toda parte. Em suas viagens missionárias Paulo rompe barreiras e leva o Evangelho aos confins da terra, não deixando nada o impedir de prosseguir e ser fiel a Grande Comissão, mesmo estando em cadeias. 
 
 

Panorama Bíblico – Deuteronômio

1.     Título e Autoria:

“Os últimos discursos de Moisés no deserto”, consiste em uma série de mensagens de despedida pronunciada pelo líder de Israel, quando este estava com 120 anos. Ele os dirige à nova geração destinada a possuir a Terra da Promessa – aqueles que sobreviveram aos 40 anos de peregrinação no deserto.
Como em Levítico, Deuteronômio contém um vasto volume de detalhes legais, contudo, aqui a ênfase não é nos sacerdotes. Moisés lembra à nova geração a importância da obediência, se porventura eles tivessem disposição de aprender a partir do triste exemplo de seus pais.
O título do livro em hebraico é “As Palavras”. As palavras iniciais de Moisés à nova geração são dadas de forma oral e escrita, de modo que durem por todas as gerações. O livro é considerado e chamado de a “Segunda lei” ou “A repetição da Lei”.
Alguns estudiosos da Bíblia acreditam que o livro não tenha sido escrito por Moisés, mas ainda assim a tradição e diversas evidências internas no próprio Antigo Testamento o colocam como o autor. Jesus cita o livro como Palavra de Deus em Mateus 4:4, 7 e 10 e o atribui diretamente a Moisés em Mateus 19:7 a 9.
Há 40 afirmações de que Moises escreveu o livro dentro do próprio Deuteronômio. O capítulo 34, onde é narrado o falecimento de Moisés, provavelmente tenha sido escrito por Josué.
 

2.  Data e cenário:

Como Levítico, Deuteronômio não apresenta progresso histórico. Ele se desenvolve inteiramente nas planícies de Moabe, ao oriente de Jericó e do rio Jordão. Ele cobre cerca de um mês e combina Deuteronômio 1:3 e 34:8 com Josué 5:6 a 12. O livro foi escrito no final dos 40 anos no deserto (1.405 a.C.), quando a nova geração estava prestes a entrar em Canaã. Moisés o escreveu com o intuito de encorajar o povo a crer e obedecer a Deus a fim de receber as bênçãos divinas. 

3.  Tema e propósito:

“Guarda-te que não te esqueças” é o tema-chave de Deuteronômio. Moisés enfatiza o perigo do esquecimento, uma vez que ele nos conduz a arrogância e a desobediência. Eles devem lembrar duas coisas:
a.    Quando eles prosperarem, isso será fruto da intervenção divina.
b.    Quando desobedecerem a Deus, ele os disciplinará como fez quando a geração anterior deixou de crer nele em Cades-Barnéia.
Deuteronômio é um chamado à obediência como condição para a benção. Deus tem sido sempre fiel a seu pacto e agora o estende à nova geração.
Deuteronômio é um documento pactual renovado que usa a mesma forma que os tratados do Próximo Oriente no tempo de Moisés. Esses tratados continham dos seguintes elementos.
i.        Uma lista das partes elaborando um tratado (1:1 a 5).
ii.        Uma lista dos benevolentes acordos do rei no passado (1:6 a 4:43).
iii.        Condições do pacto (4:4 a 26:19)
iv.        Benção e maldições (27 a 31).
v.        Provisões para a manutenção do pacto (31 a 34)

Eles são informados de que devem “ouvir” (50 vezes) e “fazer”, “guardar”, “observar” (177 vezes) os mandamentos de Deus com um coração cheio de “amor” (21 vezes). 

4.  Chaves para Deuteronômio:

Palavra-chave: “Pacto
Versículos-chave: Deuteronômio 10:12 e 13; 30:19 e 20.
Capítulo-chave: Capítulo 27 – Esse capítulo é uma ratificação formal do pacto para Moisés, os sacerdotes, os levitas e todo o Israel ð “Presta atenção e ouve, ó Israel: Neste dia te tornaste o povo do Senhor teu Deus.”(27:9) 

5.  Contribuição à Bíblia:

Deuteronômio é um livro suplementar ao restante do Pentateuco e compre papel semelhante ao do Evangelho de João, comparado aos outros evangelhos. Ele preenche os elementos que faltam e dá a significação espiritual da história encontrada nos outros livros de Moisés. De Gênesis a Números os caminhos de Deus são descritos, Deuteronômio revela o amor de Deus. 


Gênesis a Números

Deuteronômio

Desenvolvimento da historia de Israel

Filosofia da historia de Israel

Realizações divinas

Princípios divinos

Deus fala a Moisés

Moisés fala ao povo

 

A ênfase sobre o amor de Deus, neste livro foi um passo importante para a compreensão de Israel. Jesus citou o livro de Deuteronômio em diversas ocasiões, como por exemplo, em Mateus 4:4, 7, 10; Mateus 22:37-38; Marcos 7:10. 

6.  Vista panorâmica de Deuteronômio:

Deuteronômio é o registro da renovação do antigo pacto dado no monte Sinai. Este pacto é renovado, expandido, ampliado e finalmente ratificado nas planícies de Moabe. Moisés consumou isto primeiro mediante três sermões que se movem de uma visão retrospectiva para uma visão introspectiva, e finalmente para uma visão exata de como Deus trataria com Israel.
O Primeiro Sermão de Moisés (1:1 a 4:43) ð Moisés relembra o passado para que o povo tivesse em suas mentes dois fatos muito importantes:
a.    O juízo moral de Deus sobre a incredulidade de Israel.
b.    O livramento e a provisão de Deus durante os tempos de obediência
A lição simples é que a obediência traz bênção, e a desobediência traz castigo.
O Segundo Sermão de Moisés (4:44 a 26:19) ð É a seção mais longa do livro, uma vez que o futuro de Israel como nação em Canaã dependeria da correta relação de Israel com Deus. Estes capítulos revisam as três categorias da lei:
a.    Os testemunhos ð os deveres morais – a reafirmação e a expansão dos Dez Mandamentos somados a uma exortação para não esquecimento do gracioso livramento divino.
b.    Os estatutos ð os deveres cerimoniais – sacrifícios, dízimos e festas.
c.    As ordenanças ð são de caráter cívico e social – o sistema de justiça, leis criminais, leis de guerra, normas de propriedade, moralidade pessoal e familiar e justiça social.
O Terceiro Sermão de Moisés (27 a 34) ð Moisés escreve a história antecipadamente.  Ele prediz o que sobreviria a Israel num futuro próximo (bênçãos e maldições) e num futuro distante (dispersão entre as nações e eventual regresso). Moisés especifica os termos do pacto prestes a ser ratificado pelo povo. Uma vez que Moisés não se permitiria entrar na terra, ele designa Josué como seu sucessor e profere um discurso de despedida à multidão. Deus mesmo sepulta Moisés num local desconhecido, provavelmente para impedir a idolatria.
Em Mateus 17:3, Moisés finalmente entra na Terra Prometida quando aparece com Cristo no monte da Transfiguração. Os últimos três versículos do livro (34:10 a 12) é um final apropriado para este grande homem.


Panorama Bíblico – João


1.     Título e Autoria:

Lucas apresenta Jesus em sua humanidade como o Filho do Homem; João o apresenta como o Filho de Deus. O propósito de João é apresentar o Cristo com o fim de lançar uma centelha de fé confiante em seus leitores. O Evangelho de João gira em torno dos milagres de Jesus e de sete afirmações ð “Eu sou”, proferidas pelo próprio Jesus.

O Título do livro é dado de acordo com o nome de seu autor ð “João”.  João era filho de Zebedeu e de Salomé. Serviu a Jesus na Galiléia e estava presente em sua crucificação. Foi um dos galileus que seguiram João Batista até serem chamados a seguir Jesus no início de seu ministério público (João 1:19 a 51). O autor identifica-se apenas como o discípulo “a quem Jesus amou”.

 

2.  Data:

O livro pode ter sido escrito por volta dos anos 60 a 90 d.C., por esse tempo, João pode ter sido uma das últimas testemunhas vivas do Senhor. Segundo a tradição, João poderia ter escrito o livro em Éfeso. 

3.  Tema e propósito:
João selecionou os sinais que usou com o propósito de gerar convicção intelectual e espiritual acerca do Filho de Deus. O tema deste evangelho é a dupla resposta de fé e confiança na pessoa de Jesus Cristo. Os que põem sua fé no Filho de Deus tem a vida eterna, mas os que o rejeitam permanecem sob a condenação de Deus.  

4.  Chaves para João:
*      Palavra-chave: “Jesus, o Filho de Deus
*      Versículos-chave: João 1:11 a 13; 20:30 e 31.
*      Capítulo-chave: Capítulo 3 – João 3:16 é sem dúvida o versículo mais citado e pregado de toda a Bíblia. Contido nele está o evangelho em sua forma mais clara e mais simples: a salvação é um dom de Deus e se obtém tão somente pelo crer. O diálogo com Nicodemos e o testemunho de João Batista fornecem o cenário que claramente realça o fato de que “nascer de novo” é o único caminho para entrar no “reino de Deus”.  

5.  Contribuição à Bíblia:
João fornece um incomparável quadro da encarnação da verdade, vida e glória do Deus eterno. João mostra a relevância da Palavra Viva para todos os homens. O Evangelho de João tem a capacidade de conduzir pessoas a uma vida espiritual mediante a fé na pessoa e na obra de Jesus Cristo.  

6.  Vista panorâmica de João:
João determina a natureza de Jesus, introduz seu precursor – João Batista -, descreve a missão de Jesus e observa a rejeição e a aceitação que Jesus experimenta durante seu ministério.
João seleciona criteriosamente 7 milagres dentre os muitos que Jesus realizou, a fim de elaborar um exemplo bem resumido da divindade de Jesus. São chamados de sinais, pois simbolizam a transformação da vida que resulta do crer em Jesus Cristo.
a.    Transformando água em vinho ð o ritual da lei é substituído pela realidade da Graça.
b.    Curando o filho de um nobre ð o evangelho trás restauração espiritual.
c.    Curando o paralítico ð a fraqueza é substituída pela força.
d.    Alimentando a multidão ð Cristo satisfaz a fome espiritual.
e.    Caminhando sobre as águas ð o Senhor transforma o medo em fé.
f.    Devolvendo a vista ao cego de nascença ð Jesus destrói as trevas e introduz a luz.
g.    Ressuscitando Lázaro ð o evangelho trás as pessoas da morte para a vida. 

Estes sinais se harmonizam para mostrar que Jesus é realmente o Filho de Deus. João termina seu profundo evangelho com um relato particularmente detalhado das aparições pós-ressurreição do Senhor. A Ressurreição é o último sinal que apresenta Jesus como o Filho de Deus. 
 



Panorama Bíblico – Números


1.     Título e Autoria:


Números é o livro das peregrinações, recebeu seu nome dos dois censos dos israelitas – o primeiro junto ao monte Sinai e o segundo nas planícies de Moabe. A maior parte do livro, contudo, descreve as experiências de Israel durante a peregrinação pelos desertos. A lição de Números é clara, embora seja necessário enfrentar as experiências do deserto, ninguém tem de viver ali. Para Israel, 11 dias de jornada transformaram-se em 40 anos de agonia.

A evidência que aponta para Moisés como o autor de Números é semelhante àquela dos livros anteriores do Pentateuco. Estes cinco livros formam uma unidade literária tal que a questão de sua autoria caminha junta. 


2.  Data e cenário:
Levítico cobre somente um mês, mas Números quase 39 anos (1.444 a 1.405 a.C.). Ele registra o movimento de Israel desde os últimos 20 dias no monte Sinai (1:1; 10:11), a peregrinação ao redor de Cades-Barnéia e finalmente a chegada às planícies de Moabe 40 anos depois (22:1; 26:3, 33:50; Dt 1:3). Suas tendas ocupavam diversos quilômetros quadrados sempre que acampavam. O acampamento comportava cerca de dois milhões e meio de pessoas. Deus miraculosamente os alimentava e os sustentava no deserto – preservou suas vestes e lhes deu maná, carne, água, líderes e uma promessa (14:34). 
3.  Tema e propósito:
O tema de Números é a consequência da incredulidade e desobediência a Deus. O Senhor disciplinou seu povo, mas permaneceu fiel às suas promessas pactuais, apesar da leviandade do povo. Números exibe a paciência, a santidade, a justiça, a misericórdia e a soberania de Deus para com seu povo. Ele ensina que não há atalhos para suas bênçãos – Deus usa tribulações e provas com propósitos específicos.
Números foi escrito para contar a história das peregrinações de Israel desde o Sinai até Moabe. O livro seleciona os eventos que são importantes para o desenvolvimento do plano de redenção de Deus. Os pecados da primeira geração foram escritos como memorial e advertência à segunda geração que viria, e esta segunda geração deveria, consequentemente, confiar em Deus. 
4.  Chaves para Números:
Palavra-chave: “Peregrinações
Versículos-chave: Números 14:22-23; 20:12.
Capítulo-chave: Capítulo 14 – O ponto crítico e decisivo de Números é quando Israel rejeita a Deus, recusando subir e conquistar a Terra Prometida. Deus julga Israel “segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, 40 dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós vossas iniquidades, 40 anos, e conhecereis minha rejeição” (Números 14:34) 
5.  Contribuição à Bíblia:
Em Gênesis, Deus elegeu um povo; em Êxodo, Deus o redimiu; em Levítico, Deus o Santificou; e em Números, Deus o dirigiu. Números toma a história onde Levítico a deixou, no monte Sinai. Levítico descreve o culto dos crentes; Números, suas jornadas.


Levítico

Números

Santuário

Deserto

Pureza

Peregrinação

Comunhão

Fidelidade

Legislativo

Narrativo

Cerimonial

Histórico
 Números ensina a importante lição de que a fé bíblica requer confiança em Deus contra as aparências. Em 1 Coríntios 10:1-12, o apóstolo Paulo fala a respeito do perigo da autoindulgência e imoralidade; e em Hebreus 3:7 a 4:6, o autor fala da entrada do descanso de Deus através da fé.
“Ora, todas estas coisas lhes aconteceram como exemplos, e foram escritas para nossa admoestação sobre quem os fins dos tempos chegaram” (1 Co 10:11).
6.  Vista panorâmica de Números:
 A Antiga Geração (1;1 a 10:10) ð A geração que testemunhou os miraculosos atos de Deus, de livramento e preservação, recebe de Deus mais diretrizes enquanto está ainda no sopé do monte Sinai. Números descreve a preparação espiritual do povo de Deus.
A Transição Trágica (10:11 a 25:18) ð Israel segue a Deus, passo a passo, até que Canaã se descortina diante deles. Então, num momento crucial, em Cades, eles retrocedem, incrédulos. Suas murmurações já eram costumeiras. A incredulidade deles, porém, depois de terem enviado os doze espias em Cades-Barnéia, é algo que Deus não mais tolerará. A rebelião em Cades marca o ponto vital do livro. A geração do êxodo não será a geração da conquista. Eles são julgados pela perda da herança e pela morte enquanto sua jornada muda da antecipação para a falta de objetividade. Unicamente Josué e Calebe, os dois espias que creram em Deus, entram em Canaã. Quase nada fica registrado nestes anos de transição.
A Nova Geração (21 a 36) ð Quando se completa a transição à nova geração, o povo se move em direção às planícies de Moabe, precisamente ao oriente da Terra Prometida. Antes que possam entrar na terra, têm de esperar até que todos estejam prontos. Aqui recebem novas instruções, faz-se um novo recenseamento, Josué é designado sucessor de Moisés e parte do povo é estabelecida na Transjordânia.
Números registra duas gerações, dois recenseamentos, dois trajetos e duas séries de instruções. O livro ilustra tanto a bondade quanto a severidade de Deus e ensina que o povo de Deus só pode avançar quando nele confiar e dele depender.
 




Panorama Bíblico – Lucas

Título e Autoria: Lucas enfatiza a descendência, o nascimento e a infância de Jesus antes de percorrer cuidadosa e cronologicamente seu ministério terreno. Crescente fé e crescente oposição se desenvolvem lado a lado. Os que creem são desafiados a assumir o preço do discipulado. Os que se opõem não ficarão satisfeitos enquanto não fizerem o Filho do Homem pender sem vida numa cruz. A Ressurreição, porém, assegura que o seu propósito se cumprirá: “buscar a salvação do que se havia perdido” (Lucas 19:10).
Tanto o Evangelho de Lucas como Atos dos Apóstolos foram endereçados a Teófilo, contudo, não se sabe quem seria este exatamente. Lucas pode ter sido um judeu, como um gentio. Em Colossenses 4:12 a 14 o seu nome é incluído com dois gentios. Mas a tradição diz que Lucas era natural de Antióquia da Síria, permaneceu solteiro e morreu com a idade de oitenta e quatro anos.

Data e cenário: Lucas não foi uma testemunha ocular dos eventos registrados em seu Evangelho, mas confiou no relato das testemunhas oculares e em fontes escritas (Lc 1: 1 a 4). Após cuidadosa investigação, ele organizou seu material e o apresentou a Teófilo (que quer dizer “Amigo de Deus”). Ao chamar Teófilo de ”excelentíssimo” isso indica que Teófilo era um homem de condição social nobre. É provável que tenha assumido a responsabilidade de publicar Lucas e Atos para que ficassem disponíveis aos leitores gentílicos. A data deste Evangelho depende da de Atos, visto que este foi o primeiro volume. Se Lucas foi escrito durante a primeira prisão de Paulo em Roma, então deve ser datado no início de 60 dC. Entretanto, é possível que sua forma final tenha sido alcançada na Grécia. Com toda probabilidade, sua publicação precedeu a destruição de Jerusalém (70 dC).

Tema e propósito: O propósito do livro está escrito na sua introdução - “... escrever-te uma narração em ordem ... para que conheças plenamente a verdade das coisas em que foste instruído” (Lc 1:3-4). Lucas queria criar uma narração acurada, cronológica e abrangente da vida singular de Jesus Cristo, com o fim de fortalecer a fé dos crentes gentílicos e estimular a fé salvífica entre os não-crentes. Lucas poderia também ter tido um propósito secundário, ou seja, mostrar que o cristianismo não era uma seita politicamente subversiva. Ele registra o triplo reconhecimento de Pilatos de que Cristo era inocente (Lucas 23:4, 14, 22). O tema deste Evangelho é o Filho do Homem perfeito que veio “buscar e salvar o que se havia perdido” – Lucas 19:10.

Chaves para Lucas:

Palavra-chave: “Jesus, o Filho do Homem

Versículos-chave: Lucas 1:3-4 e 19:10.

Capítulo-chave: Capítulo 15 – A humanidade e compaixão de Jesus são reiteradamente alcançadas no Evangelho de Lucas. Lucas apresenta a mais completa narrativa dos ancestrais de Cristo, seu nascimento e desenvolvimento. Ele é o Filho do Homem ideal, o qual se identificou com o sofrimento e a luta dos pecadores a fim de levar nossas dores e oferecer-nos o dom gratuito da salvação. Unicamente Jesus cumpre o ideal grego da perfeição humana.

Contribuição à Bíblia: Lucas, o mais longo livro do Novo Testamento, é também o mais abrangente e precioso dos evangelhos. Os livros combinados de Lucas e Atos constituem 28% do Novo Testamento, tornando Lucas o mais prolixo de seus colaboradores (2.138 versículos; Paulo escreveu 2.033 versículos). Este evangelho foi cuidadosamente registrado, documentado e escrito em um grego de grande qualidade. Lucas tem um grande vocabulário, grande qualidade de expressões e construções linguísticas de imensa riqueza e beleza. Só Lucas contém os quatro belos hinos comumente conhecidos como o Magnificat de Maria (1:46 a 55), o Benedictus de Zacarias (1:67 a 79), o Glória in Excelsis da hoste celestial (2:14) e o Nunc Dimittis de Simeão (2:28 a 32).

Há forte interesse de Lucas pelas pessoas quando ele fala a respeito de Zacarias, do Bom Samaritano, do Filho Pródigo, do Publicano Arrependido, de Zaqueu e dos dois discípulos na estrada de Emaús. Lucas também dá lugar especial às mulheres – Isabel, Maria, Ana, Marta e Maria de Betânia – e às crianças – como por exemplo a infância de João e Jesus. Outros temas desenvolvidos por Lucas estão: a oração, a obra do Espírito Santo, a pobreza e a riqueza, tópicos sobre medicina, louvor e ações de graças e vida doméstica. Lucas mostra a universalidade da mensagem cristã, descrevendo o Filho do homem como o Salvador para todos os homens:  judeus, samaritanos, gentios, pobres e ricos, respeitáveis e desprezíveis, publicanos e líderes religiosos.

Vista panorâmica de Lucas: Lucas apresenta Jesus Cristo como o Homem Perfeito que veio buscar e salvar os pecadores. O livro pode ser dividido em 4 seções:

A introdução do Filho do Homem – 1: 1 a 4:13 ð Lucas põe forte ênfase na genealogia, no nascimento e nos primeiros anos do Homem Perfeito e de seu precursor, João Batista. Jesus se prepara ao longo de 30 anos para um ministério público de apenas 3 anos. A descendência do Filho do Homem retrocede ao primeiro homem, Adão, e seu ministério começa depois de seu batismo e tentação.
O ministério do Filho do Homem – 4:14 a 9:50 ð A autoridade do Filho do Homem sobre muitas esferas é demonstrada nesta seção (4:14 a 6:49). Sua autoridade sobre os demônios, a enfermidade, a natureza e os efeitos do pecado, da tradição de todo o povo é apresentada como um prelúdio ao seu ministério diverso de pregação, cura e discipulado (7:1 a 9:50).
A rejeição do Filho do Homem – 9:51 a 19:27 ð A dupla resposta de fé crescente e rejeição crescente já foi introduzida no Evangelho, mas, a partir deste tempo, cresce a intensidade da oposição ao ministério do Filho do Homem. Quando os líderes religiosos o acusam de estar possesso de demônios, Jesus pronuncia sobre eles uma série de ais divinos (capítulo 11). Sabendo que está fazendo a última viagem a Jerusalém, Jesus instrui seus discípulos sobre várias questões práticas, incluindo a oração, a avareza, a fidelidade, o arrependimento, a humildade, o discipulado, o evangelismo, o dinheiro, o perdão, o serviço, a gratidão, a Segunda Vinda e a salvação (12:1 a 19:27).
A Crucificação e ressurreição do Filho do Homem – 19:28 a 24:53 ð Após a entrada triunfal em Jerusalém, Jesus enfrenta a oposição dos sacerdotes, dos saduceus e dos escribas, e prediz a destruição de Jerusalém (19:28 a 21:38). O Filho do Homem instrui seus discípulos para os últimos tempos antes de sua traição no Getsêmani. Os três julgamentos religiosos e os três civis culminam em sua crucificação. A glória e o fundamento da mensagem cristã são a ressurreição histórica de Jesus Cristo. O Senhor vence o túmulo como havia prometido, e aparece em várias ocasiões a seus discípulos antes de sua ascensão para o Pai.



Panorama Bíblico – Levítico

Título e Autoria: Levítico é o manual de Deus para seu povo recém-redimido, mostrando-lhe como cultuar, servir e obedecer a um Deus Santo. A comunhão com Deus mediante sacrifício e obediência revela a espantosa santidade do Deus de Israel. Levítico 19:2 ð “... sereis, pois eu, o Senhor vosso Deus, sou santo...”.
Levítico focaliza o culto e o proceder da nação de Deus. Em Êxodo, Israel foi redimido e estabelecido como reino de sacerdotes e não santo. Levítico mostra como o povo de Deus deve cumprir sua vocação sacerdotal. O título em hebraico é “E Ele chamou”. Em nossas Bíblias temos o nome “Levítico” que derivou do Grego “Aquilo que pertence aos levitas”. Na verdade o livro não trata das coisas referentes aos levitas, mas sim aos sacerdotes, que é um segmento dos levitas.

O livro faz parte de uma unidade literária de “Pentateuco” e essa unidade tem Moisés como seu autor. Os argumentos usados para justificar a autoria de Moisés são os mesmos utilizados para todos os cinco primeiros livros da Bíblia.
Data e cenário: Nenhum movimento geográfico se dá em Levítico: os filhos de Israel permanecem acampados ao pé do monte Sinai. O novo calendário de Israel começa com a primeira Páscoa em Êxodo 12:2 e, segundo Êxodo 40:17,  o Tabernáculo é completado exatamente um ano mais tarde. Moisés provavelmente escreveu este livro por volta do ano 1.05 aC.
Tema e propósito: O tema de Levítico é a “santidade” – (Lv 11:15 e 19:2) . O livro ensina que alguém deve aproximar-se de um Deus santo com base no sacrifício e na mediação sacerdotal e só pode andar com “o Deus Santo” com base na santificação e obediência. O povo escolhido de Deus deve ter acesso a Ele de maneira santa.


Levítico foi escrito para mostrar a Israel como deveria ser o seu modo de viver sendo eles um reino sacerdotal e nação santa em comunhão com Deus. Ele fornece um guia para o culto, um código de lei e um manual de santidade para os sacerdotes. Em Gênesis o homem foi arruinado e Israel nasceu; em Êxodo o povo foi redimido e Israel foi libertado; em Levítico o povo foi purificado e Israel foi consagrado ao serviço de Deus.
Chaves para Levítico:


Palavra-chave: “Santidade


Versículos-chave: Levítico 17:11 e 20:7-8.


Capítulo-chave: Capítulo 16 – O Dia da Expiação era a mais importante data no calendário hebreu, bem como a única ocasião em que o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos para “fazer a expiação por vós, para purificar-vos, para que sejais limpos de todos os vossos pecados diante do Senhor” – (Lv 16:30.)
Contribuição à Bíblia: Para os leitores o livro não tem nenhuma ação ou enredo, exceto na morte de Nadabe e Abiú no capítulo 10. O livro é cheio de normas, regulamentos e repetições. Mas na verdade Levítico é rico em verdades espirituais. O livro revela como Deus, em sua graça, aceita a morte de um substituto como pagamento pela penalidade do pecado. E contém vários tipos e perfis da vinda do Messias.
Levítico é para o Êxodo o que as Epístolas são para os Evangelhos.


Êxodo

Levítico

Perdão

Pureza

Acesso de Deus ao homem

Acesso do homem a Deus

Culpa humana

Contaminação humana

Salvação

Santificação

Um grande ato

Um longo processo

Vista panorâmica de Levítico: Diz-se que Deus levou apenas uma noite para tirar Israel do Egito, mas levou quarenta anos para tirar o Egito de Israel. Em Êxodo, Israel é redimido e estabelecido como reino de sacerdotes e nação santa; em Levítico, Israel é instruído a cumprir sua vocação sacerdotal. Eles foram tirados da terra da servidão em Êxodo e postos no santuário de Deus em Levítico. Moveram-se da redenção para o serviço, do livramento para a dedicação.

Este livro serve de manual para o sacerdócio levítico, ministrando instruções e regulamentos para o culto. Usado para guiar um povo recém-redimido ao culto, ao serviço e à obediência a Deus, Levítico se divide em duas grandes seções: sacrifício (1 a 17) e santificação (18 a 27).

Sacrifício ð Esta seção ensina que se deve ter acesso a Deus por meio de ofertas sacrificiais (1 a 7), pela mediação do sacerdócio (8 a 10), pela purificação da impureza da nação (11 a 15) e pela provisão de purificação e comunhão nacionais (16 a 17). O sangue dos sacrifícios lembra aos adoradores que, pelo pecado, o Deus santo requer o precioso dom da vida (Lv 17:11). O sangue do animal sacrificial e inocente se torna o substituto da vida do ofertante culpado: “sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9:22).

Santificação ð Os israelitas servem a um Deus Santo que requer que eles também sejam santos. Ser santo significa “ser posto a parte” ou “ser separado”. Devem ser separados de outras nações para Deus. Em Levítico, a ideia de santidade aparece oitenta e sete vezes, às vezes indicando santidade cerimonial (exigências rituais) e outras vezes santidade moral (pureza de vida). Esta santificação se estende ao povo de Israel (18 a 20), ao sacerdócio (21 a 22), ao seu culto (23 a 24), a sua vida em Canaã (25 a 26) e a seus votos especiais (27). É necessário remover a mácula que separa o povo de Deus para que possa haver uma vida de comunhão com o redentor.


 Panorama Bíblico - Marcos

Título e Autoria: A mensagem do Evangelho de Marcos encontra-se bem clara em Marcos 10:45 – “Pois também o filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar sua vida em resgate de muitos”. Marcos nos apresenta Jesus como um Servo em movimento, constantemente concretizando a vontade do Pai. Ele instrui seus seguidores a continuarem a sua obra – seguindo os passos do Servo Perfeito.
O Autor de Marcos é mais conhecido por Marcus, mas também conhecido por João. Atos 12:1, 25 e 15:37 referem-se a ele como “João, que tem por sobrenome Marcos”.
Segundo Atos 12:12, a mãe de Marcos possuía uma casa espaçosa, que era usada como ponto de reunião dos crentes em Jerusalém. Tudo indica que Pedro ia à essa casa com frequência, portanto a serva reconheceu sua voz ao portão (Atos 12:13-16). Barnabé era primo de Marcos (Cl 4:10), mas Pedro bem que poderia ser a pessoa que o levou a Cristo (Pedro o chamou de “meu filho Marcos”, 1 Pe 5:13).
Data e cenário: Muitos estudiosos acreditam que Marcos foi o primeiro dos quatro Evangelhos, mas não se tem certeza de sua data. Por causa da profecia sobre a destruição do templo (13:2) sua data deve ser estabelecida antes de 70 dC. A provável data para este livro é 55 a 65 dC.
Tema e propósito: O tema é a missão do Filho de Deus, além de que Jesus é retratado como Servo e Redentor dos homens. Marcos é uma biografia, ele apresenta os ensinos e as obras de Cristo para mostrar que o Cristo é autêntico. Os milagres são muitos neste livro, e são usados para demonstrar não só o poder de Jesus, mas também sua compaixão. Marcos mostra aos leitores gentios como o Filho de Deus foi rejeitado por seu próprio povo, alcançando por fim a vitória através da aparente derrota.
Chaves para Marcos:
Palavra-chave: “Jesus, o Servo
Versículos-chave: Marcos10:43-45 e 8:34-37.
Capítulo-chave: Capítulo 8 – O ponto central é a confissão de Pedro – “Tu és o Cristo”.

Contribuição à Bíblia: Em Marcos encontramos 18 das 70 parábolas de Jesus – e algumas delas se formam com apenas uma frase. O livro apresenta 18 dos 35 milagres citados nos Evangelhos e as reações de Jesus que revelam compaixão, ira, tristeza, dor, veemência, abatimento, simpatia e indignação que são bem evidentes nesse livro.

Vista panorâmica de Marcos: Marcos é o mais breve e o mais simples dos quatro Evangelhos, fornece um relance conciso e movimentado da vida de Cristo. Com poucos comentários, Marcos faz a narrativa falar por si só ao contar a história do Servo que incessantemente ministra aos outros através da pregação, da cura, do ensino e, por fim, da própria morte. Quase a metade do livro se dedica a um relato detalhado dos últimos oito dias da vida de Jesus, culminando em sua ressurreição. O Senhor é vividamente retratado neste livro em duas partes: servir (1 a 10) e sacrificar (11 a 16).

Servir ð Marcos passa rápido por sobre o nascimento e os primeiros anos da vida de Jesus e começa com os eventos que imediatamente precedem a inauguração de seu ministério público – seu batismo por João e sua tentação por Satanás (1:1-13). Os primeiros 4 capítulos enfatizam as palavras só Servo, enquanto os capítulos 5 a 7 acentuam suas obras. Entretanto, em ambas as seções há frequente alternação entre as mensagens e os milagres de Cristo, com o fim de revelar sua pessoa e seu poder. Embora ele tenha vindo para servir a outros, a autoridade de Jesus prevalece em muitas esferas.

Apesar de Jesus já ter começado a ensinar e provar seus discípulos (ver capítulo 4), seu ministério com eles se torna mais intenso a partir deste ponto, quando o Senhor passa a prepará-los para sua partida. Os líderes religiosos opõem-se cada vez mais, e a “hora” de Cristo tem apenas seis meses para chegar. O capítulo 8:31, é o ponto decisivo do Evangelho, quando o Filho do Homem fala claramente aos discípulos sobre sua iminente morte e ressurreição. Os discípulos relutam com esta difícil revelação, mas os passos de Jesus se dirigem duramente para Jerusalém.

Sacrificar ð Marcos confere um espaço desproporcional às últimas semanas do ministério redentor do Servo. Durante os últimos sete dias em Jerusalém, a hostilidade dos principais sacerdotes, escribas, anciãos, fariseus, herodianos e saduceus alcança proporções críticas, quando Jesus publicamente refuta seus argumento no templo. Após sua última ceia com os discípulos, Jesus não oferece resistência à prisão, abusos e agonizante crucificação. Sua disposição em carregar os incontáveis pecados humanos é o que podemos resumir como “espírito serviçal”.



Panorama Bíblico - Êxodo
Título e Autoria: Êxodo é o registro de nascimento de Israel como nação. Dentro do Egito a família judaica de setenta pessoas rapidamente se multiplica e no devido tempo passa a ser dois a três milhões de pessoas.
Êxodo é a continuação de Gênesis. O nome Êxodo significa “saída, partida ou deixar (um lugar)”. Em Lucas 9:31 e 2 Pedro 1:15, a palavra Êxodo fala da morte física. Isto nos leva ao tema da redenção em Êxodo, uma vez que a redenção só é consumada através da morte.
Data e cenário: Este livro foi composto durante os quarenta anos de jornada, entre 1.445 a.C. e 1.405 a.C. e provavelmente Moisés tenha conservado um relato da obra de Deus. O Êxodo cobre o período da chegada de Jacó ao Egito (cerca de 1.875 a.C.) à construção do tabernáculo, 431 anos depois no deserto (cerca de 1.445 a.C.).
Tema e propósito: Há dois temas básicos em Êxodo, e ambos estão unidos entre si. O primeiro tema é a redenção, apresentada na Páscoa, e o segundo é o livramento, apresentado no êxodo do Egito. Esta redenção e este livramento se concretizaram através do derramamento de sangue e pelo poder de Deus.
Êxodo foi escrito com o fim de retratar o nascimento de Israel como a nação trazendo o governo de Deus a terra. Ele registra a história da redenção de Israel sob a liderança de Moisés. Serve também como registro contra a falsidade da idolatria. Deus revela-se como infinitamente superior a quaisquer “deuses” que venham a ser chamados assim. Êxodo também ensina que a obediência a Deus é necessária para um povo redimido e separado.
Chaves para Êxodo:
Palavra-chave: “Redenção
Versículos-chave: Êxodo 6:6 e Êxodo 19:5-6.
Capítulo-chave: Capítulo 12 a 14 – O ponto culminante de todo o Antigo Testamento se acha registrado nesses capítulos: a salvação de Israel através de sangue (a Páscoa) e através de poder (o mar Vermelho). O Êxodo é o evento central do Antigo Testamento como a Cruz é do Novo Testamento.
Contribuição à Bíblia: Êxodo é responsável por muitas das cerimônias religiosas e costumes de Israel, pela criação do tabernáculo, pela formação do sacerdócio, pela lei mosaica e pelo sistema sacrificial. Dessa forma o Êxodo é fundamental em todo o desenvolvimento da história de Israel.
Êxodo descreve como os israelitas escaparam do Egito, como o pacto foi firmado entre Deus e o povo, e como este veio a conhecer sua presença e seus caminhos. Êxodo fica no coração do Antigo Testamento como o maior exemplo dos atos salvívicos de Deus antes de Cristo. Ele provê o alicerce para o restante da mensagem do Antigo Testamento. A Páscoa, o êxodo, Moisés, a lei e o tabernáculo dominaram o pensamento de Israel por séculos.
Vista panorâmica de Êxodo: Êxodo é repleto dos poderosos atos de redenção de Deus em favor de seu povo oprimido. Começa com dores e termina com libertação; move-se do gemido do povo para a glória de Deus. É o segmento da história que começa em Gênesis com os setenta descendentes de Jacó que se mudaram de Canaã para o Egito. Multiplicaram-se sob condições adversas em uma multidão de mais de dois milhões de pessoas. Quando os israelitas finalmente se convertem a Deus para o livramento de sua escravidão, Deus prontamente lhes responde, redimindo-os “com braço estendido e com grandes juízos” (6:6). Deus fielmente cumpre sua promessa feita a Abraão séculos antes em Gênesis 15:13-14).
 O livro é dividido em duas partes:
O Povo é Redimido de Egito – 1 a 18: Depois de 4 séculos de servidão, o povo de Israel clama por livramento ao Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Deus havia preparado Moisés com este propósito, e o havia comissionado junto à sarça ardente a comparecer diante de Faraó como o advogado de Israel. Entretanto, Faraó endurece seu coração: “Quem é o Senhor, para que eu lhe obedeça a voz e deixe Israel ir-se?” (5:2).
Deus então se revela a Faraó através de uma série de lições - as dez pragas. Essas pragas se desenvolvem em severidade até que a décima traz a morte ao primogênito de cada família egípcia. Israel é redimido através dessas pragas por meio do cordeiro pascal. A fé dos israelitas em Deus, neste ponto se torna a base de sua redenção nacional. Após deixarem o Egito, Deus os guia por meio de uma coluna de fogo e fumaça, e os salva da perseguição do exército egípcio pela travessia miraculosa do mar Vermelho. No deserto, ele os protege e os sustenta ao longo de suas caminhadas.
Deus se Revela – 19 a 40: Agora que o povo experimentara o livramento, a orientação e a proteção de Deus, dispõe-se a aprender o que Deus espera dele. O povo redimido deve então ser separado para andar com Deus. No monte Sinai, Moisés recebe as leis morais, civis e cerimoniais de Deus, tanto quanto o modelo para a construção do tabernáculo no deserto. Após Deus julgar o povo por seu culto oferecido ao bezerro de ouro, o tabernáculo é construído e consagrado. É um belo edifício numa terra estéril e que revela muito da pessoa de Deus e do seu método de redenção.

  Panorama Bíblico - Mateus

Título e autoria: Mateus é o evangelho escrito por um judeu, para os judeus, e que fala de um judeu. O tema do evangelho é Jesus. Mateus apresenta Jesus como o Rei do Judeus, o Messias há muito esperado. Cristo é Rei. Mesmo na sua morte, e aparente derrota se converte em vitória mediante a Ressurreição, e a mensagem uma vez mais ecoa: O Rei dos Judeus está Vivo.
O nome Mateus significa “Dom do Senhor”, mas também foi chamado de Levi em Marcos 2:14 e Lucas 5:27. Mateus, filho de Alfeu, foi cobrador de impostos em Cafarnaum para o governo romano. Quando Jesus o chamou para ser seu discípulo, sua resposta imediata provavelmente signifique que ele já havia sido despertado pela pregação pública de Jesus.
Data e cenário: Como os outros evangelhos, não é fácil dar uma data para este livro. Mas a data mais provável na qual este livro foi escrito pode ter sido por volta dos anos 58 a 68 d.C. É possível que tenha sido escrito na Palestina ou mesmo em Antioquia da Síria.
Tema e propósito: Embora Mateus não tenha um propósito expresso ele foi claramente escrito para proclamar as palavras e obras de Jesus Cristo, a fim de que o leitor pudesse tomar uma inteligente decisão a respeito dEle. Mateus queria instruir, por isso o livro pôde ter sido usado nos primeiros anos da igreja como um manual didático para os cristãos da época.
Chaves para Mateus:
Palavra-chave: “Jesus, O Rei
Versículos-chave: Mateus 16:16 a 19 e Mateus 28:18 a 28.
Capítulo-chave: Capítulo 12 – O ponto decisivo de Mateus surge no capítulo 10, quando os fariseus, atuando como a liderança da nação de Israel, formalmente rejeitam Jesus Cristo como o Messias, dizendo que seu poder não vinha de Deus, e, sim de satanás. O ministério de Cristo imediatamente muda com seu novo ensino de parábolas, intensificada atenção voltada aos discípulos e renova a declaração de que sua morte está próxima.
Contribuição à Bíblia: Mateus dá ênfase à cultura judaica e faz a genealogia de Jesus remontar a Abraão e repetidas vezes chama Jesus de Filho de Davi e acrescenta mulheres gentias a ela. Mateus realça fortemente o cumprimento de profecias messiânicas na vida de Jesus.
O conteúdo do evangelho é altamente organizado de uma forma que realçam as palavras de Jesus e suas obras. 70% dos 1.071 versículos que compões os 28 capítulos do Evangelho de Mateus contêm na íntegra as palavras de Jesus.
Vista panorâmica de Mateus: Os profetas do Antigo Testamento predisseram e ansiaram pela vinda do Ungido que entraria na história para trazer redenção e livramento. O primeiro versículo de Mateus sucintamente anuncia o cumprimento da esperança de Israel na vinda de Cristo: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão...”
Mateus descreve a obra do Rei messiânico de Israel:

A apresentação do Rei – Mateus 1:1 a 4:11 – A promessa feita a Abraão era de que “em ti serão benditas todas as famílias da terra” em Gênesis 12:3. Jesus Cristo, o Salvador do mundo, é “o filho de Abraão” em Mateus 1:1. Entretanto, Jesus é também “o filho de Davi”, e como descendente direto de Davi, tem as qualificações para ser o Rei de Israel.

A Proclamação do Rei – Mateus 4:12 a 7:29 – Nesse parte temos o Sermão do Monte (capítulos 5 a 7), onde são apresentadas novas leis e normas para o povo de Deus.

O Poder do Rei – Mateus 8:1 a 11:1 – As palavras do Senhor são apresentadas numa série de 10 milagres (capítulos 8 e 9) que revelam sua autoridade sobre toda esfera (doenças, demônios, morte e natureza). Portanto, as palavras do Senhor são confirmadas por suas obras; suas reivindicações são comprovadas por suas credenciais.

A Rejeição Progressiva do Rei – Mateus 11:2 a 16:12 – O povo reage as palavras de Jesus fazendo com que Ele gastasse mais tempo com seus discípulos enquanto os preparava para a sua morte e partida.

A Preparação dos Discípulos do Rei – Mateus 16:13 a 20:28 – Jesus comunica a importância de aceitar ou rejeitar sua oferta de justiça. Seu ensino destina-se primeiramente aos que o aceitam.

A Apresentação e Rejeição do Rei – Mateus 20:29 a 27:66 – A maior parte das palavras de Jesus se concentram para aqueles que o rejeitam como Rei. Jesus fala sobre o juízo que virá sobre Jerusalém e na dispersão do povo. Descreve também a sua segunda vinda como o Juiz e o Senhor da terra.
A Prova do Rei – Mateus 28:1 a 20 – O túmulo vazio, a ressurreição e as parições autenticam suas palavras e obras. Tudo isso prova que Ele é o Messias profetizado, o próprio Filho de Deus.


Panorama Bíblico - Gênesis

Título e Autoria: Gênesis significa “origem, fonte, geração ou princípio”. O título original na língua hebraica para o livro é “O Princípio”. O livro não diz o nome do autor e apesar do livro terminar 3 capítulos antes de Moisés nascer, toda a Bíblia e a história da igreja se unem em apoiar a autoria a Moisés.
Data e cenário: O livro apresenta 3 cenários diferentes
O Crescente fértil – (capítulos 01 a 11)
2.000 anos ou mais, 4.000 – 2.090 a.C – (capítulos 01 a 11)
Criação – 4.000 a.C ou mais cedo – (capítulo 01.11)
Morte de Tera (pai de Abraão) – 2.090 a.C – (capítulo 11.32)
Israel – (capítulos 12 a 36)
193 anos, 2.090 – 1.897 a.C (capítulos 12 a 36)
Morte de Tera (pai de Abraão) – 2.090 a.C – (capítulo 11.32)
José para o Egito, aproximadamente 1.897 a.C – (capítulo 37.2)
Egito – (capítulos 37 a 50)
93 anos, 1.897-1.804 a.C – (capítulos 37 a 50)
José para o Egito, aproximadamente 1.897 a.C – (capítulo 37.2)
Morte de José, 1.804 a.C – (capítulo 50.26)
Tema e propósito: O tema de Gênesis é a escolha que Deus faz de uma nação através da qual ele abençoaria todas as nações. Gênesis foi escrito com o propósito de apresentar o princípio de todas as coisas, com a exceção de Deus:
 
O universo – capítulo 1:1 A família – capítulo 4:1-15
O homem – capítulo 1:27 A civilização – capítulo 4: 16-21
O sábado – capítulo 2:2-3
O governo – capítulo 9:1-6
O matrimônio – capítulo 2:22-24
As nações – capítulo 11
O pecado – capítulo 3:1-7
Israel ­– capítulo 12:1-3
O sacrifício e a salvação – capítulo 3:15-21
 

O livro também foi escrito para registrar a escolha que Deus fez de Israel e seu plano pactual para a nação, de modo que os israelitas tiveram uma perspectiva espiritual. Gênesis mostra como o pecado do homem é satisfeito pela intervenção e redenção de Deus.
Chaves para Gênesis:
Palavra-chave: “Início
Versículos-chave: Gênesis 3:15 e Gênesis 12:3
Capítulo-chave: Capítulo 15 - O pacto entre Deus e Abraão é a parte central de toda a Escritura, o qual é apresentado em Gênesis 12:1-3 e confirmado em Gênesis 15:1-21.
Israel recebe 3 promessas específicas:
A promessa de uma grande terra – “desde o rio do Egito ao grande rio, o Rio Eufrates” (15:18).
A promessa de uma grande nação – “e farei teus descendentes como o pó da terra” (13:16).
A promessa de uma grande benção – “abençoar-te-ei e farei grande o teu nome; e tu serás uma benção” (12:2).
Contribuição à Bíblia: Gênesis fornece uma perspectiva histórica para o resto da Bíblia, cobrindo mais tempo que todos os demais livros combinados. Gênesis é uma introdução para toda a Bíblia, além de fornecer o fundamento para todas as grandes doutrinas da Bíblia também. O Livro mostra como Deus supera o fracasso humano sob diferentes condições. Gênesis é especialmente importante para uma compreensão da Revelação, porque o primeiro e o último capítulo da Bíblia se acham intimamente relacionados um com o outro.
Vista panorâmica de Gênesis: Gênesis está dividido em 4 grandes eventos (capítulos 1-11) e 4 grandes pessoas (capítulos 12-50).
Os 4 grandes eventos:
A Criação: Deus é o soberano Criador da matéria, da energia, do espaço e do tempo. O homem é o ponto mais importante da Criação.
A Queda: a Criação é seguida pela corrupção. No primeiro pecado, o homem é separado de Deus (Adão de Deus), e, no segundo pecado, o homem é separado do homem (Caim de Abel). A pesar da terrível maldição da Queda, Deus promete esperança de redenção através da semente da mulher (3:15).
O Dilúvio: Como o homem se multiplica, o pecado também se multiplica, até que Deus se vê “compelido” a destruir a humanidade com exceção de Noé e sua família
Nações: Gênesis ensina a unidade da raça humana: somos todos filhos, mas em virtude da rebelião na Torre de Babel, Deus dispersa o povo sobre a face da terra multiplicando a língua que falavam em muitas outra.
As 4 grandes pessoas:
Uma vez as nações sendo dispersas, Deus focaliza um homem e seus descendentes através dos quais ele abençoaria todas as nações (capítulos 12 a 50)
Abraão: O chamado de Abraão (capítulo 12) é o ponto em torno do qual gira o livro. As 3 promessas pactuais que Deus faz a Abraão (terra, descendentes e bênção) são fundamentais para seu plano de trazer salvação a terra.
Isaque: Deus estabelece seu pacto com Isaque como um elo espiritual com Abraão.
Jacó: Deus transforma este homem de egoísta em servo, e muda seu nome para Israel, o pai das 12 tribos.
José: O filho favorito de Jacó sobre nas mãos de seus irmão e se torna um escravo no Egito. Depois de sua dramática ascensão ao governo do Egito,
José liberta sua família da fome e a traz de Canaã para Gósem.
Gênesis termina com uma nota de iminente escravidão com a morte de José. Há grande necessidade da redenção que vem em seguida no Livro de Êxodo.

 

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