quinta-feira, 19 de junho de 2014

A Última Ceia: A Páscoa Cristã


A última ceia é exposta nos evangelhos como uma refeição pascal. O evangelho de João (Jo 18:28 e 19:14) apresenta o fato de que a refeição foi tomada antes da celebração, e Jesus foi crucificado ainda naquele mesmo dia (lembrando que, para os judeus, o dia começava às 18:00 horas). Essa pequena deslocação cronológica não interfere em nada a associação da Última Ceia com a Páscoa. Talvez o Senhor Jesus tenha antecipado a refeição por algumas poucas horas. Nesse caso, o evangelho de João está correto em relação à cronologia apresentada.
O ensino do Apóstolo Paulo com relação à Última Ceia (1 Coríntios 11:23-26) faz com que a mesma seja um memorial tanto da morte libertadora de Cristo quanto da expiação. Ambos os elementos faziam parte da Páscoa do Antigo Testamento, segundo já vimos. Paulo não menciona, especificamente, a Páscoa naquela seção, embora ele o faça em 1 Coríntios 5:7. Tanto o Apóstolo Paulo, quanto os primeiros líderes da igreja primitiva, aceitam o conceito da Páscoa Cristã no sacrifício de Cristo.
Uma coisa bem interessante é que a palavra hebraica para Páscoa, Pasah, é tão parecida com a palavra grega para sofre: Páscho, que alguns cristãos antigos fizeram a ligação entre elas, embora não haja qualquer conexão histórica entre esses termos. Cristo sofreu e ele é a nossa Páscoa, um jogo de palavras que se torna uma grande verdade.
A Ceia do Senhor é um memorial que deve ser mantido vivo, até que o Senhor retorne. Essa é a ênfase do Apóstolo Paulo, que não se vê nos evangelhos de Mateus, Marcos e João, embora apareça em Lucas 22:19. Provavelmente, esse elemento foi uma adição cristã às declarações feitas por Jesus, embora sugerida pelo que ele havia dito, se é que Ele mesmo não ensinou assim. Por outro lado, é possível que Mateus e Marcos tenham omitido uma afirmação genuína de Jesus, e que Paulo e Lucas preservaram. O que é certo é que Jesus reinterpretou a Páscoa em concordância com as suas próprias experiências. A Páscoa, pois, foi encarada pela Igreja cristã como uma daquelas muitas coisas que receberam cumprimento e adquiriu maior significação na pessoa de Cristo, algo tão importante que não foi deixado de lado no Novo Testamento, justamente por ser tão importante como a Páscoa no Antigo Testamento que deu origem a um novo tempo na nação de Israel.
 
No amor do Senhor Jesus
 
 

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